O neto do ex-ditador militar sul-coreano Chun Doo-hwan pediu desculpas, esta sexta-feira, por um massacre cometido na década de 1980.
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Chun Woo-won, de 27 anos, tornou-se o primeiro membro da família a visitar o cemitério de Gwangju e pedir desculpas pela repressão de 1980, que matou pelo menos 200 pessoas, segundo estimativas oficiais.
Chun atraiu atenção mediática na Coreia do Sul por acusar os parentes de corrupção em transmissões ao vivo no Youtube e Instagram. Durante uma transmissão, alegou ter ingerido narcóticos ilegais e foi preso quando desembarcou em Seul na terça-feira, tendo sido libertado no dia seguinte.
Na sexta-feira, Chun foi visto na televisão a consolar os parentes das vítimas do massacre. "Peço as minhas sinceras desculpas. Sinto muito", disse em Gwangju, na Coreia do Sul. "Como membro da família, reconheço que o meu avô Chun Doo-hwan era um pecador e assassino que cometeu um crime tão grande", disse, numa outra altura. "Os cidadãos de Gwangju, que superaram o medo numa ditadura militar e enfrentaram-na com coragem, são heróis e verdadeiramente a luz e o sal do nosso país".
Pouco depois de Chun Doo-hwan tomar o poder num golpe militar de 1979, as suas tropas usaram força letal para reprimir os protestos em Gwangju. Na época do massacre, o regime militar de Chun Doo-hwan alegou que os protestos eram uma rebelião liderada por apoiantes do então líder da oposição Kim Dae-jung e "agitadores" simpatizantes da Coreia do Norte. Embora tenha sido condenado por traição pelo incidente em 1996, a sua sentença foi substituída por um perdão presidencial e Chun Doo-hwan nunca admitiu envolvimento nem se desculpou pelos assassinatos.