
Jornal refere que a política do Pentágono é "exatamente o tipo de esquema restritivo da liberdade de expressão e de imprensa"
Foto: Michael M. Santiago / Getty Images / AFP
O jornal norte-americano "The New York Times" anunciou esta quinta-feira uma ação judicial contra o Pentágono pelas novas restrições impostas à imprensa em questões sobre o Exército, acusando a instituição de restringir a liberdade de imprensa.
O jornal mencionou no seu site que a política do Pentágono é "exatamente o tipo de esquema restritivo da liberdade de expressão e de imprensa" que o Supremo Tribunal e o Tribunal de Circuito de Washington D.C. reconheceram como violador da Primeira Emenda da Constituição.
A Primeira Emenda protege os direitos fundamentais como a liberdade de imprensa e de expressão.
As novas regras do Pentágono estabelecem limitações rigorosas ao acesso físico às suas instalações e ao uso de fontes.
A 16 de outubro, dia em que expirava o prazo para aceitar a regras, grandes meios de comunicação americanos e jornalistas com mais de trinta anos de carreira como correspondentes no Pentágono entregaram as suas credenciais como sinal de protesto.
A ação movida pelo NYT no Tribunal Distrital dos EUA em Washington considera que o objetivo dessa política é "fechar as portas do Pentágono - áreas que historicamente estiveram abertas à imprensa - a organizações de notícias (...) que investigam e informam sem medo ou favoritismo sobre as ações do departamento e a sua direção".
O jornal nova-iorquino pede ao tribunal que emita uma ordem que impeça o Pentágono de aplicar essa política de imprensa, juntamente com uma declaração de que as disposições relativas ao exercício dos direitos da Primeira Emenda são contrárias à lei.
O NYT lembra que funcionários do Pentágono garantiram que o acesso às instalações militares é um privilégio sujeito a regulamentação e que as novas diretrizes visam "prevenir fugas de informação que prejudiquem a segurança operacional e a segurança nacional".
No dia 2 de dezembro a sala de imprensa do Pentágono foi ocupada por influencers e bloguers, durante a primeira sessão informativa desde as restrições.
Vários dos novos credenciados, como Lance Johnston, membro da organização de direita "Fearless Media", gabaram-se nas redes sociais de que "agora lhes pertenciam" as secretárias onde trabalharam durante décadas representantes de meios de comunicação como o "The Washington Post", o "The New York Times" ou o canal CNN.
