Eventos com temperaturas de calor extremo têm provocado danos alarmantes nos níveis de degelo na Antártica, revela estudo realizado pelo Centro Interdisciplinar de Investigação Marinha e Ambiental (CIIMAR). Os dados do ensaio dizem respeito a fevereiro de 2022.
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As temperaturas elevadas têm causado graves consequências na Península Antártica, onde se registou um degelo recorde, em fevereiro de 2022.
As descobertas tiveram origem num estudo realizado pelo Centro Interdisciplinar de Investigação Marinha e Ambiental (CIIMAR), que indicou como uma das causas do degelo o impacto direto de um rio atmosférico, - que transporta grandes quantidades de vapor de água -, que trouxe calor e chuvas incomuns para a zona.
O estudo conseguiu ainda identificar a interação de vários padrões de circulação atmosférica em grande escala como um fator contributivo para este fenómeno, resultando num degelo generalizado e intenso da superfície em toda a região.
No período em que o estudo decorreu, a Península Antártica enfrentou um intenso evento climático de ondas de calor, evidenciando a região, onde as temperaturas rondam os 0°C, como “uma das principais testemunhas do avanço implacável das alterações climáticas”, lê-se no comunicado enviado pela CIIMAR.
A investigação publicada reforça que o fenómeno do degelo pode levar a uma potencial desestabilização das plataformas de gelo da península, o que pode ter implicações globais, nomeadamente com a subida do nível do mar e alterações em ecossistemas sensíveis.
Além disso, manifesta o ritmo alarmante das alterações climáticas e a necessidade urgente de uma ação coletiva para salvaguardar uma das regiões mais vulneráveis do planeta.
Está previsto um aumento da frequência dos eventos especificados nas próximas décadas. O estudo colaborativo reuniu 25 investigadores de todo o mundo e foi liderado pela investigadora Irina Gorodetskaya.