O ex-presidente do Brasil Fernando Henrique Cardoso disse esta quarta-feira que é "um erro do ponto de vista da organização do Governo" brasileiro a nomeação de Luiz Inácio Lula da Silva como ministro da Casa Civil.
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Fernando Henrique Cardoso declarou, de acordo com o jornal Folha de São Paulo, que "é um erro do ponto de vista da organização do Governo" a nomeação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para a Casa Civil da Presidente Dilma Rousseff.
"Por aí não vai. A Casa Civil é o comando da máquina administrativa do Governo. Se nomear um político para o comando da Casa Civil vai se fazer confusão entre política e administração", afirmou Fernando Henrique Cardoso.
Segundo Fernando Henrique Cardoso, com a nomeação de Lula da Silva para a Casa Civil, o Brasil não vai sair "desse círculo que é a causa de todos males".
O ex-Presidente brasileiro Lula da Silva aceitou hoje integrar o executivo de Dilma Rousseff, assumindo a pasta da Casa Civil, anunciou o líder do Partido dos Trabalhadores na câmara dos deputados, Afonso Florence, citado pela imprensa.
Contactada pela Lusa, a presidência brasileira não confirmou a informação.
O acordo foi alcançado numa reunião hoje no Palácio da Alvorada, que contou com a presença também dos ministros Nelson Barbosa, da Fazenda (Finanças), e Jaques Wagner, que deixará o comando da Casa Civil e passará a ser chefe de gabinete de Dilma Rousseff, de acordo com o jornal Folha de São Paulo.
Segundo o mesmo jornal, a nomeação deverá ser acompanhada da entrada de uma equipa no Governo, uma condição imposta por Lula da Silva para aceitar o convite da Presidente para o executivo.
Entre os nomes que Lula da Silva gostaria de levar para o Governo está o de Celso Amorim para as Relações Exteriores, avança o jornal.
Lula da Silva terá defendido de que de nada valerá a sua chegada ao Governo sem a criação de uma equipa que aponte mudanças, incluindo na política económica.
Ao entrar para o Governo, o ex-Presidente, que é investigado no âmbito da 'Operação Lava Jato', sobre um esquema de corrupção em várias empresas, incluindo a petrolífera Petrobras, passa a ter direito a foro privilegiado, podendo apenas ser investigado pelo Supremo Tribunal Federal STF).