A mais recente descoberta da nova espécie de primata "já se encontra em vias de extinção". Já só restam cerca de 200 a 250 animais a viver no Myanmar, antiga Birmânia.
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O "Popa langur" é um animal primata conhecido pelas marcas brancas em torno dos olhos, pelo pêlo acinzentado e pela cauda, que é mais longa que o resto do corpo. Foi descoberto nas florestas tropicais de Myanmar, no sudeste da Ásia e a maioria vive num santuário selvagem nas encostas do Monte Popa, zona de um vulcão extinto e local de peregrinação sagrada. A alimentação é à base de folhas. A espécie está em perigo de extinção: só existem cerca de 200 a 250 animais a viver em quatro populações isoladas.
Vários cientistas suspeitavam há algum tempo que existia uma nova espécie na região, através da identificação do ADN que surgia na análise de fezes dos primatas selvagens. Frank Momberg, membro do grupo "Fauna & Flora International", acredita que uma descrição científica da espécie ajudará na conservação: "O Popa langur, recém descoberto, já se encontra absolutamente ameaçado e em vias de extinção, por isso é absolutamente crítico proteger os restantes, envolver as comunidades locais e também os investidores no setor privado para salvaguardar o seu futuro".
Na última década, a região de Myanmar, tem colaborado com cientistas internacionais, o que proporcionou a descoberta de novas espécies, que a ciência desconhecia, como répteis e anfíbios. Mas descobrir um novo primata é raro. Os estudos genéticos indicam que o "Popa langur" (Trachypithecus popa) separou-se de outras espécies já conhecidas.
Christian Roos, investigador do laboratório de genética no Centro Alemão de Primatas em Gottingen, assegura que a espécie está em risco pela caça, mas também pela perda de habitat, "que foi reduzido e está praticamente a desaparecer devido à invasão do ser humano".