Grupo xiita Hezbollah culpa Israel e assume tratar-se da “maior violação” à sua segurança desde o início da guerra.
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Pelo menos nove pessoas morreram e 2800 ficaram feridas – mais de 200 em estado crítico–, incluindo membros do grupo xiita Hezbollah e médicos, quando os pagers que usam para comunicar explodiram hoje por todo o Líbano. Um responsável do Hezbollah, citado pela agência Reuters, admitiu tratar-se da “maior violação de segurança” que a organização paramilitar libanesa, apoiada pelo Irão, enfrentou em quase um ano de troca de fogo com Israel.
O ministro da Informação libanês, Ziad Makary, declarou que o Governo classificou a detonação dos pagers como uma “agressão israelita”. “A principal prioridade do Líbano é pôr fim aos ataques israelitas que visam as vidas e os meios de subsistência dos nossos cidadãos. Estes crimes são da responsabilidade da comunidade internacional”, acrescentou Makary.
Na mesma linha, também o Hezbollah culpou Israel pelas explosões, garantindo que receberá “a punição justa”. Acusações que Israel ainda não comentou. O chefe do Hezbollah, Sayyed Hassan Nasrallah, não ficou ferido nas explosões, anunciou o grupo.
Já o Ministério dos Negócios Estrangeiros libanês descreveu as explosões como uma “perigosa e deliberada escalada israelita”, “acompanhada por ameaças israelitas de expansão da guerra contra o Líbano em grande escala”.
Os dispositivos de comunicação sem fios, usados em alternativa aos telemóveis, foram detonados em todo o Líbano, sobretudo nos subúrbios a sul de Beirute, bastião do Hezbollah.
Segundo a agência de notícias iraniana Mehr, o embaixador do Irão no Líbano, Mojtaba Amani, estava entre os feridos pelas explosões.
Explosões na Síria
Segundo o jornal “The Guardian”, que cita o Observatório Sírio para os Direitos Humanos, sediado no Reino Unido, vários membros do Hezbollah deram entrada em hospitais de Damasco. “Catorze pessoas de nacionalidade desconhecida ficaram feridas em Damasco e na zona rural depois da explosão de pagers usados pelo Hezbollah”, referia ainda a declaração do Observatório.