Nove pessoas foram mortas em dois ataques a candidatos às eleições autárquicas de 2 de junho em Chiapas, no sul do México, indicou, este domingo, o Ministério Público da região que é um novo alvo do crime organizado.
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Um dos dois candidatos ficou ferido nos ataques, ocorridos no sábado à noite em Villa Corzo e Mapastepec, informou o Ministério Público num comunicado.
Em Villa Corzo, o Ministério Público anunciou inicialmente três mortos, mas depois confirmou que uma pessoa ferida morreu no hospital, e em Mapastepec foram cinco as pessoas mortas.
Apanhada na teia da violência do crime organizado, a região de Chiapas tem vivido nos últimos dias ao ritmo de ataques a candidatos às eleições municipais.
Na quinta-feira à noite, seis pessoas foram mortas em Concordia, perto de Villa Corzo, entre as quais o candidato Lucero Lopez, numa emboscada após um comício de campanha.
Em San Cristobal de las Casas, a capital turística de Chiapas, a candidata à presidência da assembleia municipal do Partido Verde, Linda Higuera Gutiérrez, também denunciou um ataque à sua equipa de campanha.
Desde setembro, pelo menos 28 candidatos a eleições autárquicas foram assassinados em todo o México, segundo os últimos dados da organização não-governamental (ONG) Data Civica, divulgados na quinta-feira.
A violência afeta todos os partidos, seja o da esquerda no poder, Morena, a coligação PRI-PAN-PRD, na oposição, ou o Movimiento Ciudadano.
Cartéis e gangues estão a tentar "impor candidatos" nas eleições, explicou recentemente o procurador para os crimes eleitorais no estado ocidental de Michoacán, Victor Serrato.
O 'modus operandi' é mais ou menos o mesmo: "Os criminosos escolhem um candidato" e fazem saber aos outros que "não têm o direito" de se candidatar.
O México prepara-se para realizar a 2 de junho as maiores eleições da sua história: presidenciais, para o Congresso e para o Senado, para escolher nove governadores em 32 Estados e numa miríade de municípios. No total, estão em causa mais de 20.000 mandatos.