Uma nova espécie de marsupial nativa das florestas australianas, intimamente relacionada com o canguru, foi descoberta em fósseis de museus, mas provavelmente já está extinta, de acordo com um estudo.
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Ao analisar fósseis recolhidos em grutas em Nullarbor e no sudoeste da Austrália, investigadores da Universidade Curtin, do Museu da Austrália Ocidental e da Universidade Murdoch descobriram uma espécie inteiramente nova de bettong, bem como duas novas subespécies de woylie.
A descoberta foi publicada na revista Zootaxa, noticiou na sexta-feira a agência Europa Press.
Os woylies são 'engenheiros de ecossistemas' capazes de revolver várias toneladas de solo a cada ano em busca dos seus fungos favoritos.
Estes parentes do canguru, nativos da Austrália Ocidental, são os mamíferos mais frequentemente realocados no país, uma vez que são realocados como parte dos esforços de conservação para salvar esta espécie criticamente ameaçada.
O autor principal do estudo, Jake Newman-Martin, estudante de doutoramento na Escola de Ciências Moleculares e da Vida da Universidade Curtin, afirmou que a descoberta revelou pistas vitais sobre a diversidade dos woylies, também conhecidos como bettong-de-cauda-escovada ou canguru-rato-de-cauda-peluda.
"Os woylies são marsupiais criticamente ameaçados de extinção que têm sido o foco dos esforços de conservação durante décadas", destacou Newman-Martin, citado num comunicado.
"Nesta nova investigação, nomeámos uma espécie inteiramente nova com base em material fóssil e, pela primeira vez, duas novas subespécies de woylies. Infelizmente, muitas delas foram extintas ainda antes de termos conhecimento da sua existência", acrescentou.
Os resultados do trabalho dividiram o woylie criticamente ameaçado em duas subespécies vivas, o que é muito importante para a conservação quando se consideram iniciativas de reprodução e translocação para aumentar o tamanho e a aptidão populacional, sublinharam os investigadores.
Kenny Travouillon, coautor e curador de Zoologia Terrestre no Museu da Austrália Ocidental, explicou que os investigadores utilizaram medições ósseas para avaliar a diversidade e o número de espécies de woylie.
Esta investigação confirmou diversas espécies distintas e expandiu a diversidade conhecida de woylie, medindo crânios e corpos fósseis que não tinham sido analisados em detalhe anteriormente.
"O que descobrimos nesta investigação indica que o exame de fósseis juntamente com ferramentas genéticas pode fornecer informações significativas que podem contribuir para os esforços de conservação desta espécie nativa criticamente ameaçada", vincou.
O nome científico da nova espécie Nullarbor foi descrito como Bettongia haoucharae, mas os investigadores vão trabalhar com os povos indígenas para identificar um nome colaborativo apropriado, dado que woylie é uma palavra Noongar.
A investigação examinou espécimes do Museu da Austrália Ocidental, do Museu da Austrália Meridional, do Museu Australiano, do Museu de Queensland, dos Museus de Victoria, da coleção de investigação da Universidade Flinders, do Museu de História Natural de Londres e do Museu de História Natural da Universidade de Oxford.