A experiência de advogado e a convicção enquanto adepto do Brexit serão fatores importantes para Dominic Raab, nomeado, esta segunda-feira, ministro britânico para a Saída da União Europeia em substituição de David Davis, que anunciou a demissão esta madrugada.
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Na segunda-feira, será Raab o responsável por liderar as negociações com o negociador-chefe dos 27, Michel Barnier, para tentar ultrapassar o impasse em que se encontram há várias semanas.
Até agora secretário de Estado da Habitação, Raab, 44 anos, foi secretário de Estado da Justiça durante seis meses, entre junho de 2017 e janeiro de 2018, mas ainda antes de ser eleito deputado, em 2010, já tinha exercido funções de jurista no ministério dos Negócios Estrangeiros.
Formado em Direito na Universidade de Oxford, fez um mestrado em Cambridge e venceu o Prémio Clive Parry para o Direito Internacional, antes de iniciar uma carreira como advogado numa sociedade ligada à finança.
Trabalhou também para a ONG de direitos humanos Liberty, em Bruxelas, sobretudo em legislação da UE e da OMC, e no Tribunal Internacional de Justiça de Haia, em processos contra criminosos de guerra.
Em 2010, foi eleito deputado pelo partido Conservador pela região de Esher and Walton, 40 quilómetros a sudoeste de Londres, e no ano seguinte foi considerado o "Melhor Novato do Ano" pela revista Spectator, que atribui anualmente prémios aos membros do parlamento.
Em 2016, destacou-se por assumir uma posição contrária à do então primeiro-ministro David Cameron e fazer campanha pela saída do país da União Europeia.
Na altura, afirmou: "Estou convencido de que os melhores dias do Reino Unido estão para vir e que as nossas melhores perspetivas são fora da UE".
Invocando a necessidade de deixar de seguir as leis europeias e a possibilidade de fazer acordos comerciais com outros países, desvalorizou os receios do impacto do 'Brexit' na economia britânica e recusou copiar os acordos usados pela Suíça, Noruega ou Turquia.
"A nossa economia é maior do que todas [as três] juntas, é razoável esperar que consigamos negociar um acordo britânico à medida", vincou.
Além de ter escrito vários livros sobre direitos humanos e políticas de combate ao terrorismo, é praticante de karaté e pugilismo, é casado com a brasileira Erika Rey e tem dois filhos.