
Recém-eleito presidente do parlamento da República Checa, Tomio Okamura (extrema-direita)
Foto: Michal Cizek / AFP
O recém-eleito presidente do parlamento da República Checa, Tomio Okamura (extrema-direita), gerou polémica ao retirar a bandeira ucraniana da fachada do edifício, que era até agora um símbolo da solidariedade com o país invadido pela Rússia.
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Okamura, uma figura controversa que lidera o partido de extrema-direita Liberdade e Democracia Direta, mostrou em várias ocasiões uma posição crítica em relação à União Europeia - questionando mesmo a presença da República Checa no bloco europeu - e à NATO.
Pouco depois de assumir o novo cargo de presidente da assembleia, o político checo decidiu retirar a bandeira da Ucrânia, o que suscitou críticas de um grande número de deputados.
A situação levou alguns parlamentares a colocar bandeiras ucranianas nas janelas dos seus respetivos gabinetes na sede do parlamento.
A antecessora de Okamura no cargo, Marketa Pekarova Adamova, considerou que se tratou de um "gesto lamentável" por parte do político de extrema-direita e considerou que "não visa apenas a população ucraniana, mas também os valores fundamentais da República Checa", noticiou a Radio Prague International.
Juntamente com a bandeira da República Checa, permanecem agora na fachada do edifício do parlamento a da União Europeia e a de Israel, içada após os ataques do movimento islamita palestiniano Hamas em outubro de 2023.
A bandeira ucraniana havia sido colocada na fachada após o início da invasão russa, em fevereiro de 2022.
Considerado pró-russo, Okamura foi eleito na quarta-feira presidente do parlamento com o apoio dos deputados do seu partido, do movimento populista Aliança dos Cidadãos Descontentes (ANO), do magnata agroindustrial Andrej Babis - que deverá liderar o próximo Governo - e do partido Motoristas Unidos.
Estas três forças populistas e eurocéticas, que representam 108 dos 200 lugares no parlamento, deverão chegar ao poder nas próximas semanas, depois de terem chegado a acordo para governar em conjunto, na sequência das eleições legislativas realizadas a 3 e 4 de outubro.
Até agora, a República Checa está entre os países que mais apoiam a Ucrânia.
A nomeação de Okamura suscitou um debate controverso na câmara devido às suas conhecidas posições pró-russas e eurocéticas, bem como uma investigação policial por suspeita de incitamento ao ódio, na sequência de cartazes de campanha do seu partido que mostravam imagens e mensagens discriminatórias e racistas contra migrantes e ciganos.
