Equipas de resgate na Turquia e na Síria continuam as buscas por sobreviventes nos escombros do terramoto de magnitude 7,8 na escala de Richter, registado na segunda-feira, que causou quase cinco mil mortos na Turquia e na Síria.
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É um número que não pára de aumentar. O sismo de segunda-feira, que afetou a Turquia e a Síria, causou mais de cinco mil mortos. Pelo menos 3419 pessoas foram mortas em 10 províncias da Turquia afetadas pelos sismos de segunda-feira. Segundo as autoridades turcas, cerca de 20 mil pessoas ficaram feridas.
O número de mortos em áreas controladas pelo governo na Síria subiu para 812, com cerca de 1400 feridos registados, de acordo com o Ministério da Saúde sírio. Grupos que operam no noroeste da Síria, controlado pelos rebeldes, disseram que pelo menos 790 pessoas morreram, com muitas centenas de feridos, e alertam que "números vão aumentar dramaticamente".
Durante a madrugada, os sobreviventes clamavam por ajuda de dentro das montanhas de escombros enquanto os socorristas lutavam contra a chuva, a neve e a descida das temperaturas.
Mais de 7800 pessoas foram resgatadas em 10 províncias, de acordo com Orhan Tatar, funcionário da agência de gestão de desastres da Turquia.
Somente na Turquia, mais de 5600 edifícios foram destruídos, disseram as autoridades. Hospitais foram danificados e um desabou na cidade de Iskenderun, no sul do país.
O porta-voz da ONU, Stephane Dujarric, disse que 224 edifícios no noroeste da Síria foram destruídos e pelo menos 325 foram danificados, incluindo armazéns de ajuda alimentar.
A ONU estava a ajudar 2,7 milhões de pessoas todos os meses, através de entregas transfronteiriças, que poderão agora ter de ser interrompidas.
O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, instou, na segunda-feira, a comunidade internacional a ajudar milhares de famílias atingidas, salientando que "muitas já necessitavam urgentemente de ajuda humanitária".
Dezenas de países já anunciaram que vão enviar ajuda, pessoal e equipamentos para ajudar nos esforços de resgate.
A Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco) já adiantou que o poderoso terramoto causou grandes danos à Cidade Velha de Aleppo e Diyarbakir, dois locais Património Mundial.
O tremor de terra ocorreu a 33 quilómetros da capital da província de Gaziantep, no sudeste da Turquia, próximo da fronteira com a Síria, a uma profundidade de 17,9 quilómetros.
Segundo o Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS) o sismo registou uma magnitude de 7,8 e sentiram-se dezenas de réplicas, uma das quais de pelo menos 7,6.
O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, decretou luto nacional de sete dias e, de acordo com o decreto publicado na segunda-feira pelo Governo, as bandeiras serão colocadas a meia haste até ao pôr do sol de domingo.
O sismo de segunda-feira foi um dos mais fortes em 100 anos, a par do que abalou Erzincan, no leste da Turquia, em 26 de dezembro de 1939, também com magnitude de 7,8. Este terremoto de 1939 deixou mais de 32 mil mortos e provocou um 'tsunami' no Mar Negro, localizado a cerca de 160 quilómetros do epicentro.