Pelo menos 170 pessoas morreram e 150 ficaram feridas no atentado suicida perpetrado na quinta-feira pelo grupo jihadista Estado Islâmico (EI) no aeroporto de Cabul, indicaram esta sexta-feira fontes sanitárias e próximas dos talibãs.
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Até agora, o número total ascende a 170 mortos, entre os quais soldados norte-americanos, e há pelo menos 150 feridos, disse uma fonte próxima dos líderes talibãs, citada pela agência Efe a coberto do anonimato.
Só o hospital Wazir Akbar Khan, da capital afegã, recebeu 145 pessoas já sem vida após o atentado junto a um dos portões do aeroporto de Cabul, e cerca de 50 pessoas estão a receber tratamento para ferimentos graves, revelaram fontes da área da saúde que pediram o anonimato.
Foram também contabilizados mais 16 mortos no hospital da organização não-governamental (ONG) italiana Emergency em Cabul, onde foram ainda internados 40 doentes com ferimentos causados pela explosão, segundo a mesma fonte.
No entanto, o número total de vítimas do atentado continua incerto, não existindo um balanço oficial.
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O anterior balanço do que se pensava ter sido um duplo atentado dava conta de 161 mortos - entre os quais 13 militares norte-americanos - e 150 feridos, mas depois de o ramo afegão do EI, o Estado Islâmico da Província de Khorazan (ISKP), ter reivindicado ainda na quinta-feira o atentado referindo-se a apenas um dos seus combatentes como autor de uma única explosão, o Pentágono disse hoje, em conferência de imprensa, ter concluído que realmente houve só uma explosão no aeroporto de Cabul.
A imprensa internacional deu conta de que o ataque ocorreu minutos depois de os talibãs terem disparado contra um avião italiano que descolava de Cabul. Um dos portões de entrada do aeroporto (Abbey) foi atingido pela explosão. Trata-se de um dos portões que foram fechados após os avisos de ameaça terrorista.
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Voos de evacuação retomados com nova urgência
Voos de evacuação do Afeganistão foram, esta sexta-feira, retomados com nova urgência, um dia após o atentado suicida direcionado a milhares de pessoas que tentam desesperadamente fugir da tomada do poder pelos talibã. Residentes em Cabul afirmaram que saíram vários voos esta manhã.
Num discurso emocional, o Presidente Joe Biden culpou afiliados do grupo Estado Islâmico no Afeganistão, bastante mais radicais do que os militantes talibã que tomaram o poder há menos de duas semanas. "Vamos resgatar os americanos, vamos retirar os nossos aliados afegãos e a nossa missão vai continuar", disse Biden.
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Os EUA anunciaram que são esperadas novas tentativas de ataques antes de terça-feira, a data limite para a saída das tropas estrangeiras, encerrando a guerra mais longa da América.
Os talibãs regressaram ao poder no Afeganistão duas décadas depois de terem sido afastados numa invasão liderada pelos EUA, a seguir aos ataques de setembro de 2001.
Desde a conquista fulminante de Cabul pelos talibãs, há menos de duas semanas, o medo e o caos foram crescendo dentro e fora do aeroporto, a única saída do país. Milhares de afegãos amontoaram-se dia e noite para tentar deixar o país. Os EUA e os seus aliados tiveram de organizar às pressas o que Biden chamou da maior ponte aérea da história.