O presidente da República de Moçambique, Filipe Nyusi, e o líder da Renamo, Afonso Dhlakama, reuniram, esta segunda-feira, pela segunda vez em dois dias.
Corpo do artigo
Segundo António Muchanga, os dois dirigentes reuniram num hotel em Maputo às 11:30 da manhã (9.30 horas em Portugal continental).
No sábado, o líder da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), Afonso Dhlakama, mostrou-se satisfeito após a primeira reunião com o presidente moçambicano, prometendo o fim do boicote do maior partido de oposição ao parlamento.
"O país não terá problemas, porque da maneira como nos conhecemos, como conversámos - muitas horas os dois -, tudo correu bem", disse Afonso Dhlakama, ao fim de duas horas e meia de reunião com Nyusi, hoje de manhã num hotel em Maputo, a que se seguirá uma nova ronda negocial nos próximos dias.
Ao contrário de Dhlakama, que se alongou nas declarações aos jornalistas, Nyusi limitou-se a comentar, antes de entrar no seu carro, que, "quando dois irmãos falam, é bom".
Este foi o primeiro encontro entre o novo presidente da República e o líder da Renamo, que não reconhece os resultados das eleições gerais de 15 de outubro.
Oitenta e nove eleitos da Renamo para a Assembleia da República e outros 294 para as assembleias provinciais não tomaram posse, por ordem expressa de Dhlakama, mas o líder do partido anunciou hoje que os seus representantes vão assumir em breve os seus lugares.
Após o encontro de sábado, Dhlakama confirmou que iria decorrer uma nova reunião entre os dois "para aprofundar o que foi tratado" na ocasião.
Governo e Renamo mantiveram um confronto militar na região centro do país durante 17 meses e que provocou um número desconhecido de mortos e milhares de deslocados, até à assinatura de um acordo de paz, a 5 de setembro em Maputo, a pouco mais de um mês das eleições que o partido de oposição considera fraudulentas.