Filipe Nyusi venceu com 68,84% dos votos as presidenciais moçambicanas em Maputo, e o seu partido, Frelimo, ganhou nas legislativas, com 62,69%, de acordo com os resultados preliminares divulgados esta segunda-feira pela Comissão Provincial de Eleições da capital.
Corpo do artigo
Segundo a contagem final da votação para as eleições gerais do dia 15, o líder da Renamo (Resistência Nacional Moçambicana), principal partido da oposição, Afonso Dhlakama, ficou em segundo lugar, com 20,26% dos votos e o seu partido arrecadou 20,05%.
Por seu turno, Daviz Simango, líder e candidato do Movimento Democrático de Moçambique (MDM), terceira maior força política, alcançou 10,50% dos votos e a sua organização conquistou 15,68 por cento.
A Frelimo (Frente de Libertação de Moçambique) conseguiu 11 dos 16 mandatos reservados à capital do país para a Assembleia da República, a Renamo três e o MDM dois.
Votaram na capital 428.240 eleitores dos 708.812 inscritos, o que corresponde a uma abstenção de cerca de 40 por cento.
"Tivemos um nível de participação relativamente elevada, quando comparado a taxa de abstenção da ordem dos 50% registada em eleições anteriores", disse Victor Miguel, presidente da Comissão Provincial de Eleições.
Os resultados hoje divulgados, que terão ainda de ser validados pela Comissão Nacional de Eleições (CNE), são os primeiros ao nível provincial, uma vez que ainda falta a contagem nos restantes dez círculos eleitorais.
O apuramento dos resultados ao nível distrital conheceu durante o fim de semana atrasos e problemas em vários pontos do país, incluindo contagens finalizadas mas não afixadas em vários distritos das províncias de Sofala e da Zambézia, informou hoje o boletim do processo político em Moçambique, publicado pelo Centro de Integridade Pública (CIP) e Associação dos Parlamentares Europeus em África (AWEPA).
Segundo o boletim, que conta com uma rede de 150 jornalistas em todo o país, o apuramento esteve interrompido no fim de semana no distrito de Mocuba, na Zambézia, devido ao desaparecimento de sete editais para a Assembleia Provincial e de 16 para as legislativas, e na cidade de Tete, capital da província com o mesmo nome, aconteceu o oposto, ao surgirem 234 editais quando apenas existiam 178 mesas de votação.
Ao apuramento distrital segue-se o escrutínio ao nível de cada uma das onze províncias do país, o que pode demorar mais cinco dias, antes do anúncio dos resultados oficiais preliminares pelas entidades eleitorais centrais, em Maputo, que ocorre até 15 dias após a votação, ou seja, até 30 de outubro.
Apesar de o Secretariado Técnico de Administração Eleitoral ter interrompido na sexta-feira a divulgação de resultados nacionais, enquanto decorrem os apuramentos distritais e provinciais, dados publicados pelo jornal estatal Domingo com base nas entidades eleitorais davam conta de que Filipe Nyusi, conservava a liderança na contagem das presidenciais, quando estavam processadas mais de metade das mesas de votação.
Nyusi seguia à frente, com 62,13% dos votos, seguido de Afonso Dhlakama, presidente da Renamo (Resistência Nacional Moçambicana), com 31,06%, e de Daviz Simango, líder do MDM (Movimento Democrático de Moçambique), com 6,81 por cento.
O jornal não fazia referência aos resultados das legislativas, remetendo para uma projeção do Observatório Eleitoral, a maior entidade de observação da votação de quarta-feira, que hoje atualizou os seus dados, dando 57% à Frelimo, 32% à Renamo e 10% ao MDM, e prevendo uma abstenção de 51%.
Mais de dez milhões de moçambicanos foram chamados a escolher um novo Presidente da República, 250 deputados da Assembleia da República e 811 membros das assembleias provinciais.
No escrutínio concorreram três candidatos presidenciais e 30 coligações e partidos políticos.