Esta será, certamente, uma das imagens mais marcantes do dia do referendo sobre a independência na Catalunha: a de um homem que abraça um Mosso d'Esquadra que chora por nada poder fazer para evitar a carga policial que decorria numa assembleia de voto.
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Esta manhã de domingo, na assembleia de voto de Lleida, bombeiros e Mossos d'Esquadra (a polícia catalã) tentavam proteger os civis que pretendiam votar, mas nada puderam fazer quando a carga policial da Guardia Civil e da Polícia Nacional começou.
Segundo o "La Vanguardia", foram muitas as pessoas que abraçaram os agentes catalães que, emocionados, não contiveram as lágrimas. Uma imagem desse momento está a circular nas redes sociais e a gerar comentários emocionados. O autor da fotografia diz: "Não esqueceremos".
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Outros momentos de grande emoção estão a ser partilhados, como este vídeo que mostra um grupo de civis gratos pelo que os Mossos d'Esquadra fazem por eles. Uma vez mais, há agentes em lágrimas e abraços solidários.
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Até se registaram casos de agentes da polícia catalã que questionam e enfrentam cargas policias da Polícia Nacional, sem, contudo, poderem acudir às pessoas.
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A Procuradoria-Geral de Espanha vai agir contra os Mossos d'Esquadra por entender que a polícia regional da Catalunha agiu como uma "polícia política", por não ter acatado a ordem de fechar várias assembleias de voto no referendo catalão.
Fontes da Procuradoria-Geral do Estado espanhol citadas pelo jornal "El País" manifestaram o seu "mal-estar" quanto à atuação dos agentes da polícia autonómica por "terem atraiçoado a confiança que os juízes e os procuradores depositaram neles até ao último momento".
Entretanto, as cinco organizações sindicais representativas do Corpo Nacional de Polícia de Espanha anunciaram, em comunicado conjunto, que vão agir legalmente contra os Mossos d'Esquadra pela forma como a polícia regional catalã atuou no referendo da Catalunha.
"Não só se esquivaram a cumprir o que foi ordenado pelo Tribunal Superior de Justiça da Catalunha, como agiram com uma ligeireza vergonhosa, se não mesmo com obstrucionismo, inclusivamente manipulando dados sobre os centros de votação", asseguram as associações numa nota à imprensa.