Montagens de imagens antigas fornecidas pela ETH Library - a maior biblioteca pública científica e técnica da Suíça - e novas fotografias captadas pela agência Reuters mostram os impactos do degelo nas paisagens glaciares do país.
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Segundo alertou em outubro a Academia Suíça das Ciências, com base em medições feitas pelos peritos do painel intergovernamental para as alterações climáticas, os glaciares suíços perderam 10% do volume nos últimos cinco anos, a maior redução em cem anos. Várias vagas de calor registadas durante o verão fizeram descer o gelo para "níveis recorde", apesar de o inverno anterior ter sido marcado por um mês de janeiro muito frio e chuvoso, sobretudo na vertente norte dos Alpes. Em abril e maio, havia mais 20% a 40% de neve nos glaciares em relação aos valores médios, mas bastaram duas semanas no fim de junho e fim de julho para derreter o equivalente a todo o consumo anual de água potável na Suíça.
Segundo um estudo recente da Escola Politécnica Federal de Zurique, os cerca de quatro mil glaciares dos Alpes, que fornecem água a milhões de pessoas, podem perder 90% do seu volume até ao fim do século se não se reduzirem as emissões de gases de efeito de estufa responsáveis pelo aquecimento global. Desde 1900 já desapareceram mais de 500 glaciares na Suíça.
A ONU alertou, esta terça-feira, que as emissões de carbono que estão a aumentar todos os anos devem ser reduzidas 7,6% por cada ano, entre 2020 e 2030, para se evitar a "catástrofe climática". E que a temperatura do planeta vai aumentar 3,2 graus mesmo que venham a ser cumpridos os compromissos sobre a redução propostos pelo Acordo de Paris.