Anthony Fauci - considerado o mais importante especialista em doenças infecciosas dos Estados Unidos, ou mesmo, nas palavras do "The Guardian", a luz que guia o país pela escuridão da pandemia - faz 80 anos esta quinta-feira. E nem neste ano atípico escapou à festa surpresa que a mulher de há 35 anos, a especialista em bioética Christine Grady, prepara a cada década.
Corpo do artigo
"Ela é um génio a enganar-me", admitiu ao jornal britânico aquele que é um dos principais integrantes da equipa criada pela Casa Branca para responder à pandemia e que se destacou por contradizer Donald Trump, clamando pela fiel adesão às medidas de distanciamento social. "É muito difícil enganar-me. Mas ela deu festas de aniversário surpresa para os meus 50, 60 e 70 anos. Estava no trabalho e, de repente, 'vem para casa, temos que fazer alguma coisa, tens que jantar'. Eu entro em casa e vejo gente de todo o país".
Pelas razões óbvias, este ano não houve convidados vindos de longe. O casal tinha combinado com as três filhas, residentes em cidades diferentes, que tanto no dia de Ação de Graças como no Natal e no aniversário do pai não haveria reunião familiar."Tenho dito ao país para limitar as viagens e não quero ser um daqueles funcionários da Saúde que dizem ao mundo para fazer algo e depois eles próprios saem e dão uma festa", justificou.
Assim, Christine e o marido combinaram, para hoje, jantar em casa e celebrar depois com os filhos por videochamada. Embora a celebração tenha sido antecipada. No domingo passado, Fauci ficou de estar em casa às 17.30 horas, para que pudesse fazer a habitual chamada de fim de semana com as filhas. Pouco tempo antes, foi avisado da hora por um dos agentes federais que o acompanha (por causa de ameaças de que é alvo). "Não se preocupe com isso, estou bem", respondeu. "Não, não, não! A sua mulher disse que tem de estar em casa às 17.30", insistiu o agente. Fauci diz agora que "deveria ter percebido o que estava a acontecer", mas não percebeu. E, quando entrou no escritório de casa... surpresa! Quinze ou mais amigos gritavam-lhe os parabéns do computador. Christine Grady tinha providenciado que ligassem à mesma hora de todo o país e além-fronteiras para celebrar o agora octogenário. E daí esta resposta ao jornalista do "The Guardian" que o contactou: "O que vou eu fazer no meu aniversário? Já fiz".