O "Ogre das Ardenas" confessa homicídio de menina em 2003. Polícia procura cadáver
Peritos forenses franceses iniciaram, esta segunda-feira, uma terrível busca pelos restos mortais de uma menina de nove anos que desapareceu há 17 anos, depois de um assassino em série ter confessado recentemente que a matou.
Corpo do artigo
As autoridades isolaram uma antiga casa do assassino Michel Fourniret, conhecido por o "Ogre das Ardenas", no norte de França, a mais de 200 quilómetros da cidade a leste de Paris, onde Estelle Mouzin desapareceu a caminho da escola, em janeiro de 2003.
Fourniret foi condenado a prisão perpétua em maio de 2008 pelo assassinato de sete raparigas e jovens mulheres e acusado do desaparecimento de Mouzin, em novembro passado, depois de a sua ex-mulher ter desmontado o seu álibi e confessado que tinha mentido para o proteger.
Os inspetores consideraram Fourniret suspeito do desaparecimento da rapariga em 2006, depois de terem encontrado uma fotografia de Mouzin no seu computador. Uma carrinha branca parecida com a que ele conduzia tinha sido vista na zona onde ela desapareceu, na cidade de Guermantes, a leste de Paris.
Mas nunca foi encontrada qualquer prova de ADN que o ligasse ao caso, com Fourniret a afirmar durante anos que estava em casa, no sul da Bélgica, perto da fronteira francesa, no dia do desaparecimento de Mouzin.
Em novembro do ano passado, a ex-mulher de Fourniret, Monique Olivier, que cumpre também prisão perpétua sem possibilidade de condicional durante 28 anos, pelo seu papel em alguns dos crimes do marido, disse aos investigadores que uma chamada telefónica que ele afirmava ter feito a partir de sua casa, no dia em que a rapariga desapareceu, foi efectivamente feita por ela, a seu pedido.
Buscas na cave
Em março, Fourniret confessou o assassinato de Mouzin aos juízes de instrução, sem revelar a localização do corpo e esta segunda-feira os investigadores iniciaram o trabalho na antiga casa de Fourniret, nas Ardenas, no nordeste de França.
Cerca de 50 agentes da polícia, bem como peritos forenses, arqueólogos e engenheiros do exército iniciaram a escavação da propriedade que nunca foi revistada até agora. Os investigadores estão particularmente interessados na cave, coberta de betão por Fourniret, e vão usar equipamento de radar para varrer o terreno antes de iniciar qualquer escavação. A eles juntaram-se no local os advogados da família da rapariga desaparecida.
A polícia também isolou ainda uma antiga casa de Fourniret, em Chateau de Sautou, onde foram encontrados os restos mortais de uma rapariga de 12 anos e de uma mulher de 22 anos em 2004.
Fourniret foi considerado culpado de sete homicídios cometidos entre 1987 e 2001. Confessou o rapto, violação e assassinato das suas vítimas e a sua sentença de prisão perpétua não implica qualquer possibilidade de liberdade condicional.
Foi também condenado por ataques a três raparigas que conseguiram fugir.