O Presidente norte-americano, Barack Obama, defendeu que a erradicação do racismo nos Estados Unidos tem de ser feita progressivamente, convidando os jovens a serem perseverantes no combate à discriminação.
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Obama falava sobre as manifestações que têm acontecido em muitas cidades do país, desde há duas semanas, em que milhares de pessoas condenam a morte de vários negros por polícias brancos.
"Isto não vai resolver-se de um dia para o outro, é algo que está profundamente enraizado na nossa história", declarou Obama durante uma entrevista à cadeia de televisão Black Entertainment Television (BET), que se dirige essencialmente ao público afro-americano.
Na entrevista, que deverá ser transmitida esta segunda-feira à noite, mas cujo conteúdo que foi divulgado algumas horas antes, o Presidente insistiu no caminho que os jovens devem seguir na luta contra o racismo, sublinhando que a paciência é crucial nesta matéria.
"Devemos ser perseverantes, porque tipicamente o progresso faz-se por etapas, é progressivo", disse, acrescentando: "quando se trata de algo que está enraizado numa sociedade, como o racismo ou discriminação, vocês devem estar vigilantes, mas têm de admitir que demora muito tempo".
Segundo Obama, a situação melhorou ao longo dos últimos 50 anos, apesar das tensões persistirem.
"Se vocês falarem com os pais, os avós, os tios, eles dir-vos-ão que as coisas melhoraram, não estão perfeitas em certos casos, mas melhoraram", referiu.
Nas duas últimas semanas, dezenas de manifestações, por vezes violentas, realizaram-se nos Estados Unidos para protestar contra a decisão de um grande júri popular de não processar um polícia branco que matou em agosto um jovem negro desarmado, Michael Brown, em Ferguson (no centro do Missouri).
Os protestos foram relançados por uma decisão semelhante da justiça na semana passada em Nova Iorque, onde foi ilibado um polícia branco que matou um pai de família negro desarmado, durante a detenção.
Estes casos, e as revelações de outros recentes de negros desarmados mortos por polícias brancos, reavivaram o debate sobre o racismo na polícia e a igualdade do sistema judiciário.