O presidente norte-americano, Barack Obama, afirmou na terça-feira que vencer a al-Qaeda está ao "alcance" e reiterou o apelo aos talibãs para participarem no processo de reconciliação do Afeganistão, durante uma visita a este país.
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"O objetivo que fixei de vencer a al-Qaeda e impedir que se reconstitua está agora ao nosso alcance", declarou Obama num discurso dirigido aos norte-americanos, no final de uma visita surpresa de algumas horas ao Afeganistão, onde assinou um acordo estratégico quando se assinala um ano sobre a morte de Bin Laden.
O presidente dos EUA discursou a partir da base aérea de Bagram, a 50 quilómetros de Cabul.
"Dissemos claramente que eles [talibãs] podiam confiar no futuro se rompessem com a al-Qaeda e respeitassem as leis afegãs. Vários dos seus membros manifestaram interesse numa reconciliação. O caminho da paz está traçado perante eles", acrescentou Obama.
O presidente norte-americano garantiu que "não deixará [as suas tropas] em risco um único dia a mais do que o absolutamente necessário para a segurança nacional [dos EUA]", garantindo, porém, que dever-se-á "terminar o trabalho iniciado no Afeganistão e colocar fim à guerra de forma responsável".
"A nossa meta é destruir a al-Qaeda e estamos no caminho de conseguir exatamente isso", salientou Barack Obama um ano após a morte de Bin Laden e quando procura uma reeleição como presidente dos EUA, ao considerar que chegou o "momento de renovar os EUA" e ao prometer aos americanos "um novo dia".
Obama constatou que os afegãos querem "estabelecer a sua soberania plena e criar uma paz duradoura", o que, alertou, "requer um calendário claro para se por fim à guerra", defendendo a definição de um período para uma retirada das tropas de forma ordenada, de modo a que o Afeganistão tenha tempo de se estabilizar.
O acordo assinado na terça-feira por Obama no Afeganistão estabelece uma cooperação bilateral no âmbito do comércio, economia, segurança e Governo, após a retirada das tropas da NATO em 2014, sendo válido por 10 anos, até 2024.
Obama explicou que as tropas americanas continuarão, depois de 2014, no Afeganistão envolvidas no combate ao terrorismo e treino das forças locais, mas garantiu que "não serão construídas bases permanentes no país nem patrulhadas as cidades e montanhas", ao "reconhecer que muitos americanos estão fartos da guerra".
Cerca de 23 mil soldados americanos vão deixar o Afeganistão até ao final do verão, depois de cerca de 10 mil terem regressado a casa no ano passado.
Mais de 1800 americanos perderam a vida no Afeganistão ao longo da última década, de acordo com dados do Pentágono, e cerca de 88 mil permanecem no país.