O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, gracejou sobre a possibilidade de o polémico aspirante à candidatura presidencial republicana Donald Trump fazer o discurso do Estado da União em 2017.
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Questionado sobre esse eventual cenário, Obama afirmou que podia imaginar essa possibilidade como "uma cena" de um programa humorístico e satírico, numa referência ao popular formato norte-americano "Saturday Night Live" da estação NBC.
"A ver, tudo é possível. Acredito que não devemos ser complacentes. Todos devemos trabalhar arduamente", disse Barack Obama, numa entrevista ao canal NBC, horas antes de fazer o seu último discurso do Estado da União diante das duas câmaras do Congresso norte-americana (Câmara dos Representantes e Senado).
O presidente norte-americano advertiu para os perigos das mensagens transmitidas por candidatos como o multibilionário Donald Trump, que propõe, entre outras ideias, erguer um muro na fronteira com o México para travar a imigração ilegal ou proibir temporariamente a entrada de muçulmanos no país devido à ameaça terrorista.
"São soluções simplistas e o que fazem é procurar bodes expiatórios, mas estou bastante confiante de que uma ampla maioria dos norte-americanos quer políticas que alimentem as nossas esperanças e não os nossos medos, que promovam o trabalho em conjunto e não as divisões", frisou Obama.
Também numa entrevista à NBC, o vice-presidente norte-americano, Joe Biden, afirmou ter esperanças de que Trump não será o próximo chefe de Estado norte-americano, mas não descarta a possibilidade de o magnata ganhar as eleições do próximo mês de novembro.
Caso isso aconteça, Biden espera que o multibilionário "fique mais sério e entenda como funciona uma nação".
Trump continua a liderar as sondagens republicanas e está entre os três primeiros lugares nas projeções para Iowa e New Hampshire, Estados que abrem o processo das eleições primárias no próximo mês de fevereiro.
"Sempre funcionamos melhor como país quando trabalhamos unidos e sempre fizemos o pior quando apelamos aos nossos medos e diferenças", frisou o vice-presidente.
Barack Obama faz hoje o seu último discurso do Estado da União diante do Congresso, a pouco menos de um ano do povo norte-americano eleger um novo chefe de Estado.
O presidente vai aproveitar a ocasião para falar dos progressos conquistados nos últimos anos, mas também para lançar os grandes temas que serão debatidos "nas eleições dos próximos 20 anos", explicou o porta-voz da Casa Branca, Josh Earnest, em declarações ao canal de informação CNN.
Após o discurso, Obama mantém a tradição de visitar alguns Estados do país com uma deslocação de dois dias ao Nebraska e ao Louisiana.
Este ano, a governadora do Estado da Carolina do Sul, a republicana Nikki Haley, será a responsável pela réplica da oposição ao discurso.