O presidente norte-americano, Barack Obama, considerou, esta quinta-feira, uma "afronta" os ataques do rival republicano na corrida presidencial, Mitt Romney, de que a sua administração fez "jogos políticos" em torno do atentado que vitimou o embaixador na Líbia.
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"A insinuação de que alguém na minha equipa, a Secretária de Estado [Hillary Clinton], a embaixadora na ONU [Susan Rice], ou outra pessoa faria jogos políticos ou ludibriaria o público quando perdemos quatro dos nossos é ofensiva", disse Obama no segundo debate com Romney.
"Não é aquilo que fazemos, não é que eu faço como presidente ou comandante em chefe das Forças Armadas", adiantou, salientando que ele próprio participou nas homenagens às vítimas norte-americanas e no luto das famílias.
A administração Obama inicialmente disse que o incidente de 11 de setembro, em que morreu o embaixador Chris Stevens, resultou de protestos de rua anti-americanos e mais tarde assumiu ter-se tratado de um atentado terrorista planeado.
No dia a seguir ao debate, Obama disse que o país não iria tolerar "atos de terror", uma designação mais genérica, mas a sua embaixadora na ONU disse mais tarde ter resultado de protestos de rua descontrolados.
Romney questionou que Obama tivesse usado a expressão, mas viu a moderadora Candy Crowley confirmar.
A questão do atentado foi também levantada no debate vice-presidencial da semana passada, em que o vice-presidente Joe Biden disse que a mudança da versão da administração foi ditada pela informação que serviços secretos foram transmitindo.
Obama atacou ainda Romney por ter feito um comunicado esgrimindo argumentos políticos no meio da convulsão, um comportamento que "não é de um comandante em chefe" das Forças Armadas.
"Não se deve tornar a segurança nacional num assunto político, e seguramente não quando os acontecimentos estão a desenrolar-se", afirmou.
Romney criticou ainda Obama por ter ido para ações de angariação de fundos de campanha e eventos políticos depois do ataque.
A falha de segurança que vitimou o pessoal diplomático "põe em questão" toda a política da administração Obama para o Médio Oriente, incluindo no Egito e na Síria, afirmou.
"A estratégia de `liderar por trás" está a desmantelar-se perante os nossos olhos", defendeu Romney.