O presidente Barack Obama reconheceu este domingo que os Estados Unidos subestimaram o facto de que o caos na Síria poderia constituir um terreno fértil para o surgimento de uma organização como o Estado Islâmico.
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Obama que falava à CBS News, qualificou a Síria como "Ground Zero para os jihadistas de todo o mundo", numa alusão ao atentado de 11 de setembro de 2001.
O "Ground zero" é a superfície em Nova Iorque sobre qual ocorreu a explosão das duas torres gémeas que albergavam vários escritórios, lojas e o World Trade Center.
"O chefe dos nossos serviços secretos Jim Clapper reconheceu que subestimou o que estava a acontecer na Síria", afirmou.
Questionado se Washington também tinha superestimado a capacidade ou disposição do exército iraquiano para combater os jihadistas, o presidente norte-americano declarou: "É verdade, é absolutamente verdadeiro".
Estas afirmações foram retiradas de uma entrevista no programa "60 Minutos" da CBS, que será transmitido na íntegra este domingo à noite.
Obama disse ainda que os propagandistas do IE se tinham tornado "muito experientes" em lidar com os meios de comunicação social na Europa, América, Austrália e nos países muçulmanos, atraindo recrutas "que acreditam no seu absurdo jihadista".
Obama acrescentou que a solução em parte é militar, referindo-se aos ataques aéreos liderados pela coligação anti-jihadista formada pelos Estados Unidos e alguns dos seus aliados, nomeadamente a França e o Reino Unido, com a intenção de privar o EI dos seus territórios e recursos.
O chefe de Estado norte-americano disse ainda que a Síria e o Iraque devem também resolver sua crise política.
O Iraque está dividido, desde a saída das tropas norte-americanas, entre os grupos sunitas e um Governo de orientação xiita, enquanto a Síria está é dilacerada por uma sangrenta guerra civil, desde 2011.