O Presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, congratulou-se no sábado, em conferência de imprensa, com o diálogo "franco e frutuoso" com o seu homólogo cubano Raúl Castro, à margem da VII Cimeira das Américas no Panamá.
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"Foi uma conversa franca e frutuosa (...). Temos visões muito diferentes sobre a forma como a sociedade deve estar organizada. Fui muito direto com ele", declarou na tarde de sábado na Cidade do Panamá (madrugada de domingo em Portugal), após este encontro sem precedentes desde 1956.
Obama esclareceu que ainda não pode rever a recomendação do Departamento de Estado destinada a retirar Cuba da lista de países patrocinadores do terrorismo, pelo que não tomou uma decisão.
Obama compareceu numa conferência de imprensa no final da VII Cimeira das Américas, que decorreu na Cidade do Panamá e foi assinalada pelo histórico encontro de mais de uma hora que manteve com o seu homólogo cubano Raúl Castro, e que gerou expectativas sobre um possível anúncio sobre esta lista de países proscritos por Washington.
Ao referir-se ao encontro com Castro, o primeiro entre líderes de dois antigos adversários da Guerra Fria em mais de meio século, disse que foi uma conversa "sincera", durante a qual ambos tiveram oportunidade de "falar honestamente" sobre as suas divergências.
O Presidente dos EUA também considerou que "Cuba não é uma ameaça" para o seu país, quando previamente já tinha considerado a necessidade de "virar a página" nas relações entre Washington e Havana, num processo que vai exigir "paciência".
Neste âmbito, assegurou ainda que esta aproximação é apoiada por uma "forte maioria" nos dois países e permitirá o aumento do comércio bilateral e das viagens, num processo "que será bom para o povo cubano".
À margem deste tema, que dominou o conclave das nações americanas, o líder norte-americano exortou os adversários de um acordo final com as grandes potências sobre o programa nuclear iraniano a não "boicotarem" as atuais perspetivas de sucesso.
"O que me preocupa é assegurar que [o acordo] não seja condenado à partida, ou que aqueles que se opõem a um qualquer acordo tentem utilizar argumentos para comprometer a possibilidade de um acordo", declarou.