Presidente dos Estados Unidos, distinguido com um Nobel da Paz que muitos consideraram prematuro, afirmou em Oslo que outros candidatos talvez fossem "mais merecedores".
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Numa conferência de imprensa conjunta com o primeiro-ministro norueguês, Jens Stoltenberg, antes da cerimónia de entrega do Prémio Nobel, Barack Obama afirmou que a retirada militar do Afeganistão vai começar em Julho de 2011, ainda que o seu ritmo e os pormenores do movimento dependam das condições na altura.
Com o anúncio recente do envio de mais 30 mil militares para o Afeganistão, o presidente norte-americano reiterou o seu compromisso para com o calendário de retirada e disse que, à medida que a transição evoluir, as forças norte-americanas vão ajudar a treinar os afegãos para que estes possam proteger a população e limitar a capacidade de agressão dos talibãs.
Jens Stoltenberg aproveitou a ocasião para anunciar um aumento da ajuda do seu país ao treino e equipamento das forças afegãs para 110 milhões de dólares ao longo dos próximos cinco anos. O presidente norte-americano agradeceu esta ajuda.
Numa resposta aos que consideraram a distinção com o Nobel da Paz prematura, Obama afirmou que outros candidatos talvez fossem "mais merecedores".
"Não duvido de que há outros que eram talvez mais merecedores", disse.
O presidente norte-americano afirmou que pretende continuar a trabalhar nas questões que são importantes para os Estados Unidos e para uma paz e segurança mundiais duradouras como o fim da proliferação de armas nucleares, o combate às alterações climáticas e a estabilização do Afeganistão.
Para o chefe do governo norueguês, no entanto, este Nobel da Paz "é bem merecido e importante": "Não encontro outra pessoa que tenha feito mais pela paz ao longo do ano passado", disse.
O Comité Nobel Norueguês surpreendeu muita gente, incluindo o próprio laureado, com o anúncio da distinção de Barack Obama a 09 de Outubro, menos de nove meses de ter assumido as funções de presidente dos Estados Unidos.
O Comité justificou a escolha com "os esforços extraordinários (de Obama) para o reforço da diplomacia internacional e a cooperação entre os povos".