Os países ocidentais do Concelho de Segurança da ONU acusaram, esta segunda-feira, a Rússia de repetir na zona este da Ucrânia a estratégia implementada na Crimeia, e de organizar a ocupação de edifícios inventando uma instabilidade inexistente.
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Os "cidadãos preocupados" de Sloviansky e outras cidades estão equipados "exatamente como as tropas de elite que ocuparam a Crimea", afirmou a embaixadora norte-americana, Samantha Power, na reunião extraordinária do Conselho de Seguranças para tratar da situação na Ucrânia.
"Muitas das unidades que temos visto foram equipadas com coletes anti-bala e uniformes de camuflagem", afirmou.
"Sabemos quem está por detrás disto, a única entidade na área capaz deste tipo de ações coordenadas de forma profissional é a Rússia", disse a embaixadora norte-americana.
O embaixador britânico, Mark Lyall Grant, resumiu a situação dizendo que os grupos "profissionais, bem armados e bem equipados" estão a executar "operações bem coordenadas".
Este é um esquema "demasiado familiar" que "aponta claramente para a Rússia", acrescentou Lyall Grant, quando acusou Moscovo de usar "pretextos fabricados" para a sua "postura agressiva".
O embaixador francês, Gérard Araud, disse, por sua vez, que as ocupações dos edifícios nas últimas 48 horas "são as mesmas que a Rússia classificou no mês passado de manifestações espontâneas, de autodefesa, de grupos locais.
No entanto, advertiu, na altura "ninguém acreditou" e por isso, questionou,"como se pode acreditar agora?".
Araud reforçou a ideia da ocupação da Rússia ao longo da fronteira da Ucrânia e como esta tenta asfixiar o seu vizinho com um "aumento brutal" do preço do gás e o bloqueio à entrada de mercadorias.
Na mesma linha, o embaixador australiano, Gary Quinlan, afirmou que as ocupações têm sido realizadas por "unidades de homens altamente treinados, com equipamentos russos sem emblemas".