A máquina americana para convencer o Congresso e a opinião pública não para. A Casa Branca divulgou vídeos com vítimas do ataque químico, Obama dá entrevistas a três canais de televisão e Kerry trabalha a via diplomática.
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A cadeia de televisão norte-americana CNN divulgou, no sábado, vídeos de alegadas vítimas dos ataques de 21 de agosto, na Síria, em que terão sido utilizadas armas químicas, e que foram mostrados a senadores.
As imagens de 13 vídeos exibidos exclusivamente pela CNN, que não garante a sua autenticidade, mostram, por exemplo, corpos de crianças e adultos em fila numa sala, um homem com convulsões e uma tentativa de reanimação de uma criança.
Os vídeos foram mostrados a um pequeno grupo de senadores pela Administração de Obama, indicou a mesma televisão, salientando que elas não provam a identidade dos responsáveis dos ataques.
Em entrevista à "CNN", o ex-embaixador dos EUA para as Nações Unidas, Bill Richardson, explicou que as imagens servirão "para sensibilizar o povo americano de que a intervenção militar visa deter este tipo de atrocidade".
Os vídeos aparecem no momento em que o presidente dos EUA se prepara para apresentar a sua visão aos americanos da necessidade de uma ação militar limitada na Síria. Obama dará entrevistas à PBS, CNN e Fox, que antecedem o discurso do presidente à Nação, amanhã. No dia seguinte, será organizada uma sessão informativa para todos os senadores.
Antes de tentar convencer o Congresso dos EUA, o secretário de Estado, John Kerry, tenta conquistar o apoio da Liga Árabe e do Reinio Unido. Ontem, em Paris, Kerry discutiu os planos de ação com a França, a Arábia Saudita, o Egito e representantes da Liga Árabe. Numa conferência no final do encontro, reafirmou o caráter "limitado" da operação em estudo, focada em "alvos muito precisos".
Antes de regressar hoje a Washington, terá ainda um encontro, em Londres, com o presidente palestino, Mahmoud Abbas, e com o chefe da diplomacia britânica, William Hague.
Papa pede fim do tráfego ilegal de armas
Um dia depois da vigília de oração pela Síria, cumprida em todo o Mundo, o Papa Francisco voltou a pedir uma solução justa para a Síria. E acrescentou: "Há guerras comerciais para vender estas armas de forma ilegal". "Estes são os inimigos que devemos combater - juntos e unidos, seguindo nenhum outro interesse que não seja a paz e o bem comum". Aos milhares de fiéis reunidos para a oração do Angelus, o Papa fez também um apelo à paz no Egito, Iraque e Líbano.
Imprensa fala de intervenção militar de três dias
O Pentágono estará a planear um ataque de três dias contra a Síria, mais intenso e longo do que inicialmente previsto. A informação é do jornal "Los Angeles Times", que cita fontes do Governo. Nos planos estará agora um ataque intenso com mísseis, seguido de outros menores contra alvos que não sejam atingidos na primeira ofensiva. Segundo o "Los Angeles Times", Barack Obama deseja um ataque restrito, com uma quantidade estabelecida de alvos a bombardear.