A primeira-dama da Ucrânia, Olena Zelenska, disse, numa entrevista à BBC, que a guerra no país separou a sua família e que não vê o marido, Volodymyr Zelensky, com tanta frequência como gostaria.
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Quando a Rússia invadiu a Ucrânia em fevereiro de 2022, Olena Zelenska passou meses escondida em locais secretos com os seus filhos. À emissora britânica, descreveu o seu estado emocional no início da invasão como “uma sensação constante de adrenalina”. Com o passar do tempo, percebeu que era “necessário” acalmar-se e começar a viver “nas condições existentes”.
Depois de sair do esconderijo no ano passado, Olena Zelenska tem viajado pelo mundo para se encontrar com outros líderes. “Não moramos com o meu marido, a família está separada”, contou à BBC. "Temos a oportunidade de nos ver, mas não com a frequência que gostaríamos. O meu filho sente falta do pai", acrescentou. “Isto pode ser um pouco egoísta, mas preciso do meu marido, e não de uma figura histórica, ao meu lado”.
A primeira-dama e o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, começaram a namorar no ensino secundário e trabalharam juntos numa companhia de comédia e num estúdio de televisão, ele como ator e ela como guionista. Casaram em 2003 e têm dois filhos em comum: Oleksandra, de 19 anos, e Kyrylo, de 10.
"Dói ver que os meus filhos não planeiam nada. Com esta idade, jovens. A minha filha tem 19 anos. Os jovens sonham com viagens, com novas sensações, emoções. Ela não tem essa oportunidade", lamentou.
"Eu acredito nele"
Embora nunca tivesse pensado que o marido se tornaria a “figura histórica” que é hoje, Olena Zelenska afirmou que o presidente ucraniano “tem a energia, a força de vontade, a inspiração e a teimosia para enfrentar esta guerra”.
"Eu acredito nele. E apoio-o. Eu sei que ele tem força suficiente. Para qualquer outra pessoa que eu conheço, acho que seria muito mais difícil esta situação. Ele realmente é uma pessoa muito forte e resiliente. E essa resiliência é o que todos nós precisamos agora", disse.
O trabalho mais recente da primeira-dama centrou-se em ajudar os ucranianos a lidar com o impacto psicológico da guerra e está a preparar-se para coorganizar com o ator e escritor britânico Stephen Fry uma cimeira sobre saúde mental e resiliência em Kiev.