A Organização Mundial de Saúde advertiu que há países que não levam a sério a ameaça do surto de Covid-19 e pediu total empenho dos governos na luta contra a epidemia.
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"Preocupa-nos que alguns países não estejam a levar suficientemente a sério o problema ou que tenham decidido que não podem fazer nada", disse numa conferência de imprensa o diretor-geral da organização, Tedros Adhanom Ghebreyesus, lamentando que "uma longa lista de países" ainda não tenha mobilizado os respetivos governos, deixando o assunto apenas nas redes sanitárias.
Os Ministérios da Saúde devem fazer tudo para conter o vírus, mas o esforço tem de ser coordenado com toda a rede estatal, unida ao setor privado, reforçou o responsável, sublinhando que esta é a hora de "dar tudo". Ou seja, acrescentou, as áreas da segurança, da diplomacia, das finanças, do comércio, dos transportes, ou da informação, devem estar todas envolvidas.
O Covid-19 já provocou mais de 95 mil infetados e mais de 3000 mortes
"Estamos preocupados pelo facto de, em alguns países, o nível de envolvimento político e de ações que demonstrem esse envolvimento não corresponder ao nível de ameaça que todos enfrentamos", disse, sem indicar a que países de referia. Por outro lado, o responsável máximo da OMS deu o exemplo da Coreia do Sul, o segundo país mais afetado, com mais de 5200 casos de infeção, que está a mostrar "sinais positivos", com uma progressiva redução do número de infeções diárias.
"Sabemos que as pessoas estão assustadas, mas o medo pode ser gerido e moderado com informação correta", sublinhou Ghebreyesus, que anunciou o lançamento de uma campanha de consciencialização da OMS nas redes sociais, chamada "Be Ready for Covid-19".
O diretor-geral disse que os países estão a preparar-se para um cenário assim há décadas e que agora é "hora de agir". "Esta epidemia é uma ameaça para todos os países, ricos e pobres. Mesmo os países de rendimento elevado devem esperar surpresas, a solução é prepararem-se de forma agressiva", disse, apelando a todos os países do planeta para que ajam "com velocidade, escala e determinação".
Na mesma conferência de imprensa, a epidemiologista da OMS Maria Van Kerkhove disse que ainda é cedo para saber se surto do coronavírus poderá estacionar e reduzir progressivamente em meses mais quentes, mas advertiu que a presença do Covid-19 em lugares com diferentes climas parece indicar que tal não vai acontecer.