Israel ordenou a evacuação da maior cidade do Sul de Gza, Khan Yunis, e negou ter dado ordens para o esvaziamento do maior hospital de Gaza, o al-Shifa, onde acreditam que militantes do Hamas se escondem nos esconderijos subterrâneos.
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A Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou ter efetuado uma missão no hospital al Shifa, alvo de ataques do Exército israelita, e está a promover um plano de retirada do estabelecimento que qualificou de “zona de morte”.
“A OMS e os seus parceiros estão a elaborar com urgência planos para a retirada imediata dos restantes doentes, do pessoal e suas famílias”, indicou a organização em comunicado divulgado na noite de sábado, precisando que permaneciam 291 doentes e 25 funcionários no hospital.
A maioria do pessoal médico e dos pacientes que se encontravam no hospital al-Shifa, o maior da Faixa de Gaza, abandonou o local depois de um ultimato militar de Israel, cujo Exército nega ter dado.
Pelo menos cinco médicos permaneceram no hospital para supervisionar a coordenação da partida de cerca de 120 feridos que permaneceram nas suas instalações, bem como de 30 bebés prematuros, segundo um comunicado da direção-geral do ministério da Saúde de Gaza.
O grupo xiita libanês Hezbollah reivindicou oito ataques contra objetivos militares israelitas, incluindo um 'drone', e manteve a escalada de tensão na fronteira desde o início há quase seis semanas do fogo cruzado entre as duas partes.
O Hezbollah indicou em diversos comunicados que nas suas ações deste sábado alvejou um drone de combate com um míssil terra-ar na região norte do Israel, além de posições militares ao longo da linha divisória.
O grupo xiita libanês precisou que um dos ataques "com mísseis e projéteis de artilharia foi dirigido contra o quartel militar de Ramim, uma aldeia libanesa ocupada de Honin", e posteriormente prosseguiu a sua ofensiva contra duas outras posições, supostamente com vítimas, mas sem fornecer mais detalhes.
Políticos, atores, membros de plataformas e organizações não-governamentais (ONG) e cidadãos anónimos participaram em Lisboa numa marcha para exigir a libertação da Palestina e o fim do genocídio.
A marcha, organizada pelo Coletivo pela Libertação da Palestina com o lema "Fim ao Genocídio. Palestina Livre, já!", juntou milhares de pessoas que percorreram as ruas de Lisboa entre a Praça do Município e a Assembleia da República.
Ao som de bombos e entre palmas, os milhares de manifestantes fizeram-se ouvir ao gritarem vários palavras de ordem, sendo as mais ouvidas "free, free Palestine" e "Hoje e sempre Palestina Livre".
Com bandeiras da Palestina e com os tradicionais lenços deste território - kufiya -, os manifestantes exibiram igualmente cartazes onde se podia ler: "Palestina livre e independente", "paz no Médio Oriente", "cessar-fogo" e "fim à agressão".
O alto representante da União Europeia para a Política Externa, Josep Borrell, teve conversações bilaterais com o ministro saudita dos Negócios Estrangeiros sobre como avançar rumo à paz pós mais de um mês de guerra em Gaza.
Num evento à margem do Diálogo de Manama, um evento sobre segurança no Médio Oriente, que decorre hoje na capital do Bahrein, Borrell reuniu-se com o chefe da diplomacia saudita para avaliar a crise humanitária do enclave palestiniano, sob constante cerco israelita, e procurar uma solução para o conflito.
"Estes acontecimentos trágicos são uma oportunidade, são um sinal de alerta. Precisamos de trabalhar juntos para alcançar a paz e a segurança para todos. Pode ser o nosso esforço comum e temos de trabalhar juntos", disse o político espanhol, segundo uma declaração da sua assessoria de imprensa.
Segundo o comunicado, ambos concordam na importância da segurança para todos, tanto para Israel como para os palestinianos, e partilham "a preocupação pelo que está a acontecer na Cisjordânia e por todas as perdas civis, em Israel e em Gaza". "Isto exige um esforço comum, do mundo árabe e dos europeus", disse Borrell, que considerou que juntos é possível promover uma paz sustentável.
Cerca de 12.300 palestinianos, a maioria crianças e mulheres, morreram em consequência dos ataques israelitas na Faixa de Gaza desde 7 de outubro, segundo um balanço feito este sábado pelo governo do Movimento de Resistência Islâmica (Hamas).
Entre as vítimas mortais contabilizadas há 5000 crianças e 3300 mulheres, além de cerca de 30 mil outras pessoas feridas nos bombardeamentos, indica o Hamas, citado pela Agência France-Presse.
Segundo o Hamas, há dezenas de corpos espalhados pelas ruas do norte da Faixa de Gaza, sendo impossível contabilizá-los porque o exército israelita tem tido como alvo ambulâncias e cuidadores que tentam abordá-los.
Milhares de pessoas manifestam-se no Reino Unido para apoiar os palestinianos e exigir um cessar-fogo em Gaza, em mais uma sábado de protestos naquele país.
Em Londres, em vez de um grande cortejo como nos cinco sábados anteriores, foram organizados numerosos comícios e desfiles.
No norte da capital britânica, centenas de pessoas manifestaram-se perto do gabinete do líder da oposição trabalhista, Keir Starmer, que é criticado por se recusar em pedir um cessar-fogo. Tal como o primeiro-ministro, Rishi Sunak, Starmer apela a pausas para permitir a entrega de ajuda humanitária.
Os familiares de reféns detidos em Gaza chegaram a Jerusalém após uma marcha de vários dias de pressão sobre o governo israelita, para a libertação dos sequestrados, seis semanas após o ataque do Hamas.
Ao início da tarde, uma multidão de pessoas com bandeiras de Israel e retratos de reféns nas mãos chegou a Jerusalém, depois de sair de Telavive em procissão na terça-feira, a cerca de 60 quilómetros de distância, verificaram jornalistas da Agence France-Presse (AFP) no local.
As famílias dos reféns, que criticam o governo por não lhes fornecer informações sobre os esforços que estão a desenvolver para conseguir libertar os familiares, conseguiram após esta manifestação um encontro com dois membros do gabinete de guerra de Israel, Benny Gantz e Gadi Eisenkot.
A reunião terá lugar ao início da noite em Telavive, na sede do Fórum de Famílias de Reféns e Desaparecidos, organização criada para prestar assistência logística aos familiares dos cerca de 240 reféns identificados pelas autoridades israelitas.
O chefe da agência das Nações Unidas para os refugiados palestinianos (UNRWA) denunciou os ataques "terríveis" contra escolas que abrigam deslocados em Gaza, num dos quais terão morrido pelo menos 50 pessoas num bombardeamento israelita.
"Estamos a receber imagens aterradoras de muitos mortos e feridos, mais uma vez, numa escola de UNRWA que abriga milhares de pessoas deslocadas no norte da Faixa de Gaza", escreveu Philippe Lazzarini no X (antigo Twitter). "Estes ataques (...) têm de parar. Um cessar-fogo humanitário não pode esperar mais", acrescentou.
Os ataques israelitas de hoje ao campo de refugiados de Jabalia, no norte da Faixa de Gaza, gerido pelas Nações Unidas, terão matado mais de 80 pessoas, entre as 50 que estavam abrigadas numa escola, e, posteriormente, 32 pessoas da mesma família, entre as quais 19 crianças.
O alto representante da UE defendeu que é preciso definir os passos para alcançar a solução de dois Estados, no conflito entre Israel e Palestina, ou falar disso é repetir um "mantra como forma de lavar as mãos". "Falar de uma solução de dois Estados sem definir os passos progressivos para lá chegar não é útil. Esta é a altura. Talvez seja uma chamada de atenção para que a comunidade internacional tome isto a sério", disse o alto representante da União Europeia (UE) para a Política Externa, Josep Borrell, na sessão de abertura do Diálogo de Manama, no Bahrein.
O político afirmou que "o fim [do conflito] é bem conhecido, é a solução de dois Estados", mas mostrou-se reticente em falar sobre isso não porque não acredite nela ou veja outra solução, mas porque há 30 anos se diz o mesmo para depois "não se fazer quase nada".
Além disso, advertiu, repetir a solução de dois Estados sem a implementar foi o que deu "cobertura táctica à estratégia de expansão dos colonatos na Cisjordânia".
Um total de 32 pessoas da mesma família, incluindo 19 crianças, terão morrido num ataque israelita à casa onde viviam, num campo de refugiados no norte da Faixa de Gaza, anunciou o Ministério da Saúde do Hamas. De acordo com a agência de notícias AFP, o ministério divulgou a lista de nomes de 32 membros da família Abou Habal mortos hoje por este ataque, no campo de refugiados de Jabalia.
Um rapaz palestiniano é uma das primeiras pessoas feridas na guerra entre Israel e o Hamas a ser retirada da Faixa de Gaza para os Emirados Árabes Unidos para receber tratamento médico de urgência.
O rapaz, que foi transportado em maca para um avião com destino a Abu Dhabi, no âmbito de uma missão humanitária organizada pelo país, chegou a meio da noite ao aeroporto egípcio de Al-Arich, perto do posto fronteiriço de Rafah, a única abertura para a Faixa de Gaza que não está nas mãos de Israel.
Juntamente com outras oito crianças feridas, algumas acompanhadas pelas famílias, o rapaz esperou na parte de trás de uma das seis ambulâncias amarelas estacionadas perto da pista de aterragem, com as luzes azuis a piscar.
Das crianças feridas, uma tem uma fratura na coluna, outra uma perna partida, algumas sofrem de queimaduras e outra precisa de tratamento de urgência para o cancro.
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e o presidente do Egito, Abdelfatah al Sisi, concordaram
em definir um "horizonte político baseado numa solução de dois Estados" para Israel e a Palestina.
"Concordámos com o princípio da não deslocação forçada de palestinianos e com um horizonte político baseado numa solução de dois Estados", publicou Von der Leyen na sua conta na rede social X (antigo Twitter) no final de uma reunião com o presidente do Egito, hoje no Cairo.
Al Sisi vincou que o Egito rejeita de forma "categórica a deslocação de palestinianos, seja internamente ou para fora de suas terras, especialmente para as terras egípcias do Sinai", e reiterou que "a única solução para a causa palestiniana reside em alcançar uma solução abrangente e uma paz justa baseada na solução de dois Estados".
O grupo islamita palestiniano Hamas acusa Israel de ter bombardeado hoje uma escola das Nações Unidas na Faixa de Gaza, causando 50 mortos.
Segundo disse à agência francesa AFP um responsável do Ministério da Saúde da Faixa de Gaza, o ataque aconteceu esta madrugada contra a escola Al-Fakhora, gerida pelas Nações Unidas e situada no campo de refugiados de Jabalia, no norte do território.
Na escola, que já havia sido atacada no início do mês, foram instalados colchões sobre as mesas escolares para abrigar pessoas deslocadas em resultado do conflito entre o Hamas e Israel.
Imagens difundidas nas redes sociais mostram corpos cobertos de sangue e de pó.
As forças armadas israelitas (IDF) negaram ter ordenado a evacuação do hospital al-Shifa, contrariando as informações avançadas por um repórter da agência de notícias France Press que diz ter ouvido a ordem de retirada, no espaço de uma hora, debitada por altifalantes em Gaza.
"Em nenhum momento, as IDF ordenaram a evacuação de pacientes ou equipas médicas”, esclareceram as forças armadas israelitas, que dizem ter concordado com um pedido do diretor do al Shifa de uma "rota segura" para quem quisesse deixar o local. “Propuseram que qualquer pedido de evacuação médica fosse facilitado pelas FDI", adiantam, em comunicado.
O Ministério da Saúde da Faixa de Gaza estima que mais de 16 mil pessoas tenham morrido no território, nos 43 dias de conflito entre o grupo islamita palestiniano Hamas e as forças de segurança de Israel.
Um porta-voz do Ministério da Saúde de Gaza sublinhou à agência espanhola Efe que estas contagens são "estimativas" e garantiu que "o número real é muito maior".
De acordo com a mesma fonte, pelo menos 3.500 pessoas permanecem debaixo dos escombros de edifícios bombardeados pelas forças israelitas, que prosseguem com os ataques ao território.
A última contagem das autoridades palestinianas dava conta de cerca de 12 mil mortos, entre os quais cinco mil crianças, e perto de 30 mil feridos, 70 por cento dos quais menores, mulheres e idosos.
O Exército israelita (IDF) e os serviços secretos israelitas (Shin Bet) anunciaram, este sábado, que vários membros do Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) foram mortos durante uma operação noturna do Exército israelita perto de um campo de refugiados na Cisjordânia.
O IDF e o Shin Bet afirmaram num comunicado conjunto que o Exército israelita atacou por via terrestre e aérea o campo de refugiados de Balata, perto da cidade de Nablus, na Cisjordânia.
Entre os mortos encontra-se Mohamed Zahad, um miliciano palestiniano de alta patente identificado como um dos principais promotores das atividades terroristas do Hamas na Cisjordânia, em especial na zona de Nablus. Zahad terá formado uma célula de jovens terroristas que instruiu e armou para atacarem civis e soldados israelitas.
Além da morte de vários membros do Hamas, o IDF e o Shin Bet descobriram um laboratório de explosivos e constataram que as ruas da cidade de Balata estavam fortemente minadas com o objetivo de causar o máximo de danos às fileiras israelitas.
Durante a operação militar, vários homens armados abriram fogo contra as tropas israelitas em Balata. O Exército disse não ter sofrido qualquer baixa nas suas fileiras.
O chefe da política externa da União Europeia, Josep Borrell, considera que só a Autoridade Palestiniana pode governar Gaza depois de terminada a guerra.
"O Hamas não pode continuar a controlar Gaza", afirmou Borrell no “Diálogo de Manama”, uma conferência anual sobre política externa e de segurança no Bahrein.
"Então, quem vai controlar Gaza? Penso que só uma pessoa o poderá fazer - a Autoridade Palestiniana", afirmou.
Mark Regev, conselheiro do primeiro-ministro israelita Benjamin Netanyahu, disse que os palestinianos devem abandonar a cidade de Khan Younis, a principal cidade do sul de Gaza, onde se encontram centenas de milhares de pessoas que fugiram do norte, por onde começou a operação terrestre de Israel na tentativa de incapacitar o Hamas.
"Estamos a pedir às pessoas que se desloquem. Sei que não é fácil para elas", disse Regev, em declarações ao canal de televisão norte-americano à MSNBC.
Bom dia, retomamos aqui o acompanhamento da guerra entre o Hamas e Israel, que já causou a morte a mais de 12 mil palestinianos, segundo dados do governo gerido pelos extremistas. Do lado de Israel, há pelo menos 1200 vítimas. Recorde, aqui, o mais importante do que aconteceu na sexta-feira.
As tropas israelitas ordenaram a evacuação do hospital Shifa "na próxima hora", através de altifalantes, informou um jornalista da AFP no local. Os militares de Israel procuram esconderijos do Hamas na maior unidade hospitalar de Gaza.
Israel afirma que o Hamas tem uma base por baixo do al Shifa, uma acusação que os militantes negam. As Nações Unidas calculam que 2300 pacientes, pessoal e palestinianos deslocados estavam abrigados naquele hospital antes da entrada das tropas israelitas na quarta-feira.