O enviado da ONU para a Síria, Geir Pedersen, denunciou a "barbárie inimaginável" vivida nas prisões sírias e pediu a libertação imediata de "inúmeras pessoas que foram arbitrariamente detidas" no país.
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"Inúmeras crianças, mulheres e homens ainda estão detidos arbitrariamente em centros de detenção geridos por diferentes autoridades", afirmou Geir Pedersen, ao mesmo tempo que divulgava imagens dos últimos dias da sinistra prisão síria de Sednaya e de outros centros de detenção.
"Estas imagens testemunham o sofrimento indescritível e a dor para além da compreensão sofrida pelos detidos, pelas suas famílias e entes queridos", frisou.
O enviado da ONU exigiu ainda acesso completo de observadores independentes a centros de detenção do regime deposto de Bashar al Assad, como Sednaya, para documentar e preservar provas de violações dos direitos humanos.
"Apelamos a todas as partes para que cooperem com os órgãos especializados das Nações Unidas", incluindo a Comissão de Inquérito da Síria e o Mecanismo Internacional, Imparcial e Independente, disse, em comunicado divulgado esta quinta-feira.
Também a enviada especial adjunta para a Síria, Najat Rochdi, sublinhou, depois de manter contactos com mulheres dentro e fora daquele país, que estas devem desempenhar um papel importante na transição que a Síria enfrenta agora.
As mulheres sírias "querem uma sociedade plural na qual os diferentes grupos interajam harmoniosamente e estejam empenhados em proteger-se uns aos outros" e "um Estado de direito, instituições que operem em conformidade com o direito internacional e liberdade de pensamento, expressão e ação", acrescentou.
O regime do ex-presidente sírio Bashar al-Assad, que esteve no poder 24 anos, foi derrubado no domingo passado.
A operação começou a 27 de novembro e foi liderada pela Organização de Libertação do Levante (Hayat Tahrir al Sham - HTS, em árabe), herdeira da antiga afiliada síria da al-Qaeda e classificada como grupo terrorista por países como os Estados Unidos, o Reino Unido, o Canadá e ainda a União Europeia (UE).