
As Nações Unidas sublinharam esta segunda-feira que o armistício que pôs fim à guerra entre as duas Coreias, em 1953, continua em vigor, apesar do anúncio de desvinculação feito por Pyongyang (Coreia do Norte).
"O acordo de armistício continua válido hoje e está em vigor", disse o porta-voz da ONU, Martin Nesirky, citado pela agência AFP, realçando que "os termos do armistício não permitem a uma ou a outra parte renunciarem de forma unilateral".
A Coreia do Sul já tinha sublinhado igualmente que a revogação do documento tem de ser declarada por ambas as partes.
"Consideramos que o armistício continua válido e descartamos tecnicamente ter entrado em guerra com a Coreia do Norte", assinalou hoje o Ministério da Unificação sul-coreano.
O secretário-geral das Nações, Ban Ki-moon, frisou que o acordo de paz, assinado a 27 de julho de 1953, é "essencial" e exigiu à Coreia do Norte que continue a "respeitar os termos que foram aprovados pela Assembleia-Geral da ONU".
Na sexta-feira, horas depois da aprovação de novas e mais duras sanções do Conselho de Segurança, o regime de Pyongyang declarou "completamente nulo" o armistício que pôs fim à Guerra da Coreia (1950/1953).
Reagindo ao último ensaio nuclear da Coreia do Norte, o Conselho de Segurança das Nações Unidas decidiu, na quinta-feira, endurecer o regime de sanções contra Pyongyang, impondo novas restrições financeiras.
Na resolução, adotada por unanimidade pelos 15 países-membros, incluindo China e Rússia, o Conselho de Segurança define como objetivo o corte das fontes de financiamento utilizadas por Pyongyang para desenvolver programas militares e balísticos.
As sanções preveem ainda a vigilância de diplomatas norte-coreanos e o alargamento da lista negra de empresas e pessoas sujeitas ao congelamento de bens ou à proibição de viagens.
Em consequência das sanções, a Coreia do Norte anunciou a renúncia aos acordos de não agressão com a Coreia do Sul, em vigor há seis décadas, e o corte imediato do telefone de emergência entre Pyongyang e Seul.
