A delegação no México do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos pediu este domingo a investigação de possíveis abusos na alegada detenção arbitrária de 95 estudantes durante uma manifestação em Chiapas (sudeste).
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"A informação que temos recebido é preocupante e é fundamental que as alegações de abusos não sejam ignoradas, mas encaradas com seriedade e investigadas com diligência", disse o representante da delegação, Guillermo Fernandez-Maldonado, num comunicado, citado pela agência noticiosa espanhola EFE.
O organismo referia-se a um protesto na terça-feira, quando a polícia estadual deteve 97 pessoas, incluindo 93 estudantes da Escola Normal Rural de Mactumactzá (72 raparigas e 21 rapazes) e quatro pessoas de famílias deslocadas da zona de Puebla de Chenalhó.
Um juiz declarou legal a detenção de 95 pessoas e apenas libertou dois adolescentes, segundo a delegação do Alto Comissariado.
Cerca de 250 estudantes bloquearam vias em Tuxtla Gutierrez, capital de Chiapas, exigindo ao governo estadual melhorias na educação e um acesso equitativo tendo em conta os problemas criados pela pandemia da covid-19.
Desde então, organizações civis têm denunciado maus-tratos, abusos de poder, uso excessivo da força e inclusive agressões sexuais de polícias contra as detidas.
"É especialmente importante garantir que as mulheres detidas estão protegidas de qualquer possível ato de violência sexual ou discriminação devido ao género", afirmou Fernandez-Maldonado.
O organismo pede que se garantam os direitos dos detidos e o representante da ONU legitima as reivindicações dos manifestantes, que protestaram contra a decisão das autoridades de realizar um exame de admissão ao ensino superior apenas'online, o que pode prejudicar pessoas sem computador ou internet.