Onze detidos após ataque do Daesh que matou mais de uma centena de pessoas em Moscovo
Onze suspeitos, entre elas quatro operacionais que atacaram sexta-feira o Crocus City Hall, em Moscovo, foram detidas pelas autoridades russas, na sequência do ataque terrorista à sala de espetáculos, em que morreram, segundo o último balanço oficial deste sábado, 133 pessoas.
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Os quatro detidos que terão estado diretamente envolvidos no ataque estariam a caminho da fronteira com a Ucrânia, afirmam as autoridades russas.
Segundo o comité federal que investiga o ataque, 133 pessoas morreram e pelo menos 145 ficaram feridas, mas o governador da região de Moscovo, Andrey Vorobyev, afirmou esperar que o número de vítimas suba de forma "significativa. As autoridades estão no local a recolher vestígios que ajudem a perceber o que aconteceu, mas também a procurar outras vítimas que ainda não tenham sido encontradas.
O ataque armado, a que se seguiu um enorme incêndio numa sala de concertos nos arredores de Moscovo, foi reivindicado pelo grupo fundamentalista Estado Islâmico (EI). Isto depois de a Ucrânia ter negado qualquer responsabilidade e os serviços secretos de Kiev terem acusado o Kremlin de orquestrar o ataque, para culpar a Ucrânia e justificar "uma escalada" da guerra, conforme noticiou a agência France-Presse (AFP).
O EI, que já atacou a Rússia em várias ocasiões, afirmou na plataforma de mensagens Telegram que os combatentes do grupo "atacaram uma grande concentração (...) nos arredores da capital russa". A organização fundamentalista afirmou que o grupo de comandos tinha depois "regressado em segurança à base".
O atentado, que os meios de comunicação social russos começaram a noticiar por volta das 20.15 horas de Moscovo (17.15 horas em Portugal continental), foi levado a cabo por vários indivíduos armados na Crocus City Hall, uma sala de espetáculos situada em Krasnogorsk, nos arredores da capital russa, onde se preparava para atuar a banda PikNik. Pouco depois, começaram a circular imagens do complexo mergulhado em chamas, com nuvens de fumo negro a sair do telhado e uma enorme presença policial e dos serviços de emergência.
De acordo com a televisão russa, o telhado do edifício colapsou parcialmente na sequência do incêndio, que terá sido ateado pelos terroristas com um líquido inflamável. Não foi dada qualquer informação sobre o número de pessoas presas no interior da estrutura.
"Pouco antes de começar, ouvimos de repente várias rajadas de metralhadora e um grito terrível de mulher. Depois, muitos gritos", disse à AFP Alexei, um produtor musical que estava no camarim no momento do ataque. De acordo com um jornalista da agência de notícias estatal Ria Novosti, pessoas vestidas com camuflados invadiram a sala de espetáculos antes de abrirem fogo e lançarem "uma granada ou uma bomba incendiária".
Os serviços de emergência afirmaram que as chamas se espalharam pelos quase 13 mil metros quadrados do edifício, antes de o fogo ser contido.
O Presidente da Câmara de Moscovo, Sergei Sobyanin, anunciou o cancelamento de todos os eventos públicos deste fim de semana. Os principais museus e teatros da capital também anunciaram que vão fechar as portas. Segundo a televisão russa, foram tomadas medidas de segurança reforçadas, nomeadamente nos aeroportos de Moscovo e noutras grandes cidades do país.