As buscas ao navio naufragado quinta-feira à noite ao largo da ilha cabo-verdiana do Fogo permitiram, esta sexta-feira, resgatar 11 pessoas com vida e os corpos de duas outras, continuando desaparecidos as restantes 13.
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Fonte do Serviço Nacional de Proteção Civil SNPC) de Cabo Verde adiantou que as buscas vão prosseguir ao longo da noite de hoje e da madrugada de sábado com meios navais e, assim que nascer o dia, com aviões patrulha e um helicóptero da Força Aérea espanhola.
O naufrágio ocorreu, segundo as primeiras conclusões, devido ao excesso de carga, acrescentou a fonte.
Hoje de manhã, um dos sobreviventes, João Domingos Tavares, 2.º Oficial do navio "Vicente", pertencente à companhia cabo-verdiana Tuninha, afirmou que a embarcação deixou o porto da capital de Cabo Verde com uma inclinação de seis graus.
João Tavares acrescentou que os tripulantes chegaram a alertar o capitão do navio para o perigo, tanto mais que o mar estava agitado, com ondas entre quatro a seis metros, e o vento soprava forte.
Segundo João Tavares, o "Vicente", ao afastar-se do pequeno Porto de Vale dos Cavaleiros, em São Filipe, para dar passagem a um outro navio, o "Ostreia", foi atingido por uma vaga e afundou-se rapidamente.
Este é o quinto incidente com barcos em Cabo Verde em pouco mais de um ano, tendo o primeiro acontecido em setembro de 2013, quando o navio de carga Rotterdam, com seis tripulantes a bordo, desapareceu horas depois de ter saído do Porto da Praia e até hoje não se sabe do seu paradeiro.
Um mês depois, em outubro de 2013, o navio de transporte de passageiros inter-ilhas Sal-Rei colidiu com a embarcação de combustíveis Cipreia junto do ilhéu de Santa Maria, na Cidade da Praia, mas o acidente não causou vítimas.
Em junho de 2014, o navio de passageiros e de carga Pentalina-B encalhou na praia de Moia-Moia, região do concelho de São Domingos, ilha de Santiago, mas todos os 85 passageiros que estavam a bordo foram retirados com ajuda de um rebocador.
Em agosto do ano passado, o navio de combustível John Miller, propriedade da empresa de combustível Enacol, encalhou na ilha da Boavista, quando se preparava para fazer uma descarga de combustível e gás na ilha, provocando danos ambientais, mas a tripulação foi salva.