<p>Polícias militares realizaram, ontem, segunda-feira, uma operação nas favelas de Manguinhos e Mandela, na zona norte do Rio, para tentar prender os traficantes envolvidos nos ataques criminosos do último fim-de-semana. </p>
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Durante a manhã de ontem, e segundo a Polícia Militar, houve uma intensa troca de tiros, mas não havia informações de feridos. Após os confrontos do fim-de-semana o número de mortos ascende a 21: três policiais militares, três moradores e 15 suspeitos. Duas entidades oferecem, entretanto, recompensas para quem denunciar os criminosos que atiraram contra um helicóptero da Polícia Militar que sobrevoava o morro dos Macacos no último sábado
Investigações do sector de inteligência da polícia apontavam, ontem, que a invasão no morro dos Macacos tinha sido articulada por chefes da facção Comando Vermelho, que estão no presídio federal de segurança máxima de Catanduvas, e que a ordem de ataque teria sido dada a partir da prisão. Contudo, o Ministério da Justiça desmentiu. Num comunicado oficial, o Departamento Penitenciário Nacional (Depen) do Ministério da Justiça repudia a informação. "O Depen salienta que o serviço de inteligência do Sistema Penitenciário Federal e todo o aparato de segurança presente nas unidades (de segurança máxima) não permitem comunicação com o ambiente exterior", diz a nota.
De acordo com este órgão, "as penitenciárias federais contêm o que há de mais moderno em termos de equipamentos de segurança", dispondo de sofisticados sistemas de inteligência e agentes bem treinados. "Desde que entraram em funcionamento, há mais de três anos, não se registou nenhuma morte, fuga, rebelião, entrada de aparelhos celulares ou armas", acrescenta o comunicado.
Desde o início da onda de violência no Rio de Janeiro no sábado, a pior desde que a cidade do Rio de Janeiro foi escolhida para acolher os Jogos Olímpicos de 2016, já morreram 21 pessoas.
Entre as vítimas estão três polícias que estavam dentro de um helicóptero abatido pelos traficantes e que explodiu após uma aterragem forçada. Uma perícia vai determinar qual foi o tipo de arma utilizada para atingir o helicóptero da Polícia Militar do Rio de Janeiro, cujo piloto ainda conseguiu evitou uma tragédia maior ao pousar num campo de futebol. "Nós sabemos que os criminosos têm armas longas, espingardas de calibre 7.62 e 5.56, armas que o projéctil alcança longas distâncias e tem alto poder de perfuração de chapas. Mas ainda não sabemos qual foi a arma que derrubou o helicóptero", afirmou o chefe da Polícia Civil, Alan Turnowski.