O chefe da oposição síria estendeu, esta segunda-feira, a mão ao regime de Bashar al-Assad, defendendo que o diálogo com o presidente não deve ser entendido como uma "traição".
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"Neste momento, a bola está do lado do regime (...). Estenderemos a mão no interesse do povo e para ajudar o regime a partir em paz", afirmou o chefe da coligação das forças de oposição síria, Ahmed Moaz al-Khatib, em entrevista telefónica à cadeia de televisão árabe Al-Jazeera.
Na semana passada, Moaz al-Khatib gerou surpresa ao apelar ao diálogo com o regime sírio, para acabar com o sangrento conflito no país, que já causou cerca de 60 mil mortos, desde março de 2011.
"Digo ao regime que precisa de assumir uma posição clara (...) e deve dizer 'sim' ou 'não' [ao diálogo]", instou Moaz al-Khatib.
"Olha nos olhos das tuas crianças e tenta encontrar uma solução. Verás que poderemos ajudar-nos mutuamente, no interesse do povo", disse o líder da oposição dirigindo-se a Al-Assad.
A coligação da oposição está disponível para se encontrar com representantes do regime, desde que sejam libertados "160 mil detidos" e renovados os passaportes de cidadãos sírios no exílio no estrangeiro, apontou.
A iniciativa pró-diálogo gerou divisões dentro da coligação, mas Moaz al-Khatib respondeu às críticas: "Rejeitamos que aqueles que falam de negociações sejam acusados de traição, como dizem certos opositores. O nosso povo está a caminho da morte e não vamos permiti-lo".
Entretanto, o Irão assegurou hoje que vai "prosseguir as discussões com a oposição síria".
Depois de se encontrar com Moaz al-Khatib, numa conferência sobre segurança na cidade alemã de Munique, durante o fim de semana, o chefe da diplomacia de Teerão, Ali Akbar Salehi, garantiu que mantiveram "uma conversa muito proveitosa".