O opositor venezuelano, Edmundo González Urrutia, que a oposição diz ter ganho as eleições presidenciais de julho, denunciou hoje que o seu genro, Rafael Tudares, foi raptado por homens encapuzados em Caracas.
Corpo do artigo
“Hoje de manhã, o meu genro Rafael Tudares foi sequestrado. Rafael ia a caminho da escola dos meus netos de 7 e 6 anos, em Caracas, para os deixar para o início das aulas, e foi intercetado por homens encapuzados e vestidos de preto, que o meteram numa carrinha dourada, de matrícula AA54E2C, e o levaram”, denunciou o político e dirigente da oposição venezuelana numa mensagem publicada rede social X.
Ainda na mesma mensagem, Edmundo González Urrutia frisou que o genro “encontra-se desaparecido”.
De momento não há informação oficial sobre a situação relatada pelo dirigente opositor, desconhecendo-se se Rafael Tudares terá sido detido pelas forças de segurança.
González Urrutia, 75 anos, que a oposição diz ter ganho as eleições presidenciais venezuelanas de 28 de julho, está a realizar um périplo por vários países do continente americano e tem insistido, em várias oportunidades, que regressará a Caracas no dia 10 de janeiro para tomar posse como Presidente da Venezuela.
Fontes próximas do político venezuelano adiantaram à EFE que González cancelou o resto da sua agenda de hoje nos Estados Unidos, mas que a delegação seguirá para o Panamá “para continuar a viagem” destinada a recolher apoio internacional para a investidura desta semana.
González tinha previsto reunir-se no Congresso dos Estados Unidos com o senador democrata Dick Durbin, do Illinois, e outros legisladores, quando decidiu cancelar a sua agenda após saber do rapto do genro.
O Conselho Nacional Eleitoral (CNE) atribuiu a vitória a Nicolás Maduro no escrutínio presidencial, com pouco mais de 51% dos votos.
A oposição afirma que o seu candidato, González Urrutia, que se exilou em Espanha, obteve quase 70% dos votos.
Além da oposição venezuelana, vários países denunciaram a existência de fraude eleitoral e têm exigido que o CNE apresente as atas de votação para uma verificação independente.
Os resultados eleitorais foram contestados nas ruas, com manifestações reprimidas pelas forças de segurança, com o registo, segundo as autoridades, de mais de 2400 detenções, 27 mortos e 192 feridos.
O CNE da Venezuela ainda não divulgou as atas do sufrágio.
A 2 de janeiro, as autoridades venezuelanas ofereceram uma recompensa de 100.000 dólares (cerca de 97,4 mil euros) por informações sobre o paradeiro de Urrutia.
A tomada de posse do Presidente da Venezuela para um mandato de seis anos está agendada para 10 de janeiro.
Na semana passada, Maduro avisou que o poder presidencial no país “jamais cairá nas mãos de um fantoche da oligarquia e do imperialismo”.
"Esta casa é a casa do povo. Agora e sempre”, afirmou, num vídeo divulgado no Instagram.
Na passada sexta-feira, o Governo venezuelano enviou 1200 militares para todo o país para "garantir a paz" antes e durante a tomada de posse.