O opositor russo Boris Nemtsov foi assassinado a tiro, em pleno centro de Moscovo, na noite de sexta-feira.
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O presidente russo, Vladimir Putin, já reagiu, considerando o assassínio deste seu crítico "uma provocação".
O seu porta-voz, Dmitri Peskov, declarou que o assassínio de Nemtsov "tem os sinais de uma morte encomendada e tem tudo de uma provocação" e acrescentou que Putin já ordenou inquéritos a várias entidades, designadamente ao Comité de Investigação, Ministério do Interior e FSB (ex-KGB).
Um ex-primeiro-ministro Mikhail Kasyanov, que é um dos dirigentes da oposição a Putin, disse à imprensa depois de ter visitado o local do assassínio, que "é uma vingança por Boris ter combatido, de forma consistente, anos após anos, para que a Rússia seja um país livre e democrático".
Um porta-voz do Ministério do Interior disse, ao início do dia de sábado na Rússia (madrugada em Portugal), que "no centro de Moscovo, um homem com documentos em nome de Boris Yefimovich Nemtsov foi morto", sem dar mais detalhes.
O Comité de Investigação, que reporta diretamente a Putin, informou, através de comunicado, que "segundo informação preliminar, uma pessoa não identificada disparou sobre Boris Nemtsov pelo menos sete ou oito vezes, a partir de um carro, quando este caminhava na ponte Bolshoi Moskvoretsky".
Nemtsov estava acompanhado por uma jovem proveniente da Ucrânia, quando foi abatido.
O Comité adiantou ainda que tinham sido destacados "investigadores experientes" para o caso.
Várias pessoas foram testemunhas do assassinato, adiantou a polícia, citada pela agência noticiosa RIA Novosti.
"Estou a ver, à minha frente, o corpo de Boris. Estão muitos polícias à sua volta", disse uma pessoa próxima de Nemtsov, o opositor Ilia Iachine, à Ria Novosti.
No local, encontravam-se uma dezena de viaturas e ambulâncias, com os polícias a bloquearem o acesso.
Entre os vários cargos políticos ocupados por Nemtsov, que tinha 55 anos, estão o de governador da região de Nizhny Novgorod, no centro da Federação Russa, deputado e vice-primeiro-ministro no final dos anos 1990, sob a presidência de Boris Yeltsin.
Depois de sair do parlamento, em 2003, ajudou a criar e liderou vários partidos e grupos da oposição.
O assassínio de Nemtov ocorre na véspera de uma manifestação da oposição, que esta pretende que seja significativa.