A mulher do falecido líder da oposição russa Alexei Navalny afirmou, esta quarta-feira, que análises laboratoriais de amostras biológicas revelaram que ele foi morto por envenenamento enquanto estava preso numa prisão no Ártico, em fevereiro de 2024.
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Navalny, o crítico mais ferrenho do presidente Vladimir Putin durante anos, morreu em circunstâncias misteriosas enquanto cumpria uma pena de 19 anos de prisão por uma série de acusações amplamente vistas como retaliação pela sua campanha contra a liderança de Moscovo.
Antes de ser sepultado, a mulher, Yulia Navalnaya, disse que os seus aliados "conseguiram obter e transferir com segurança amostras biológicas de Alexei para o exterior". "Laboratórios em dois países chegaram à conclusão de que Alexei foi assassinado. Especificamente: envenenado", afirmou agora num vídeo publicado nas redes sociais. Sem divulgar mais detalhes sobre quais as amostras obtidas ou quais os resultados das análises, instou os laboratórios a divulgarem os seus resultados de forma independente e a especificarem qual o veneno que acreditam ter sido usado.
Navalny, um carismático ativista anticorrupção, mobilizou centenas de milhares de pessoas em toda a Rússia em protestos contra o Kremlin, expondo os supostos ganhos ilícitos do círculo íntimo de Putin. Foi envenenado em 2020 enquanto fazia campanha na Sibéria e levado para a Alemanha num voo de emergência, onde passou meses a recuperar.
Preso ao regressar à Rússia, em janeiro de 2021, foi condenado por uma série de acusações, incluindo "extremismo". Atrás das grades, continuou a fazer campanha contra Putin e manifestou-se contra a invasão da Ucrânia. As autoridades russas afirmaram que Navalny morreu repentinamente em 16 de fevereiro de 2024, depois de adoecer enquanto caminhava após o almoço na prisão. Após a morte de Navalny, as autoridades recusaram-se durante dias a entregar o seu corpo à família, levantando suspeitas entre os seus seguidores. Navalnaya sempre afirmou que o marido tinha sido assassinado a mando de Putin. O Kremlin nega as acusações.