As autoridades de emergência do arquipélago espanhol das Canárias elevaram para vermelho o nível de alerta por risco vulcânico na zona de La Restinga, na parte oeste da ilha de El Hierro. População está a ser evacuada para zonas mais altas.
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As autoridades do arquipélago espanhol emitiram um comunicado urgente, cerca das 14.00 horas locais (mesma hora em Portugal continental), onde sublinham que a retirada da população da zona é "uma medida preventiva" perante "a possibilidade da migração do foco eruptivo (do vulcão submarino) para mais próximo da costa".
A população de La Restinga (547 pessoas) é a que se encontra mais perto da zona da erupção submarina, que não é visível à superfície mas que está a provocar actividade sísmica. As autoridades pedem aos habitantes para se deslocarem até um campo de futebol onde foi instalada uma tenda da Cruz Vermelha. Dali serão retirados por equipas de protecção civil para zonas mais altas. Eventualmente, os habitantes poderão posteriormente ser transferidos para Valverde, a capital de El Hierro.
A decisão de elevar o nível de alerta para vermelho foi comunicada aos jornalistas por Juan Manuel Santana, director-geral da Segurança e Emergências do Governo das Canárias.
Juan Miguem Padrón, alcaide de El Pinar (município de El Hierro onde se insere La Restinga), explicou que se teme que o magma da erupção submarina não esteja a sair com a fluidez suficiente. Essa situação pode levar à abertura de mais bocas do vulcão, mais próximas à costa e, potencialmente, a menor superfície do que os mil metros a que começou a erupção inicial, na madrugada de segunda-feira.
Desde as 04.00 horas de segunda-feira que especialistas dizem estar a ocorrer uma erupção submarina, não visível à superfície porque se localizar a cerca de dois mil metros de profundidade e a uma distância entre cinco e sete quilómetros da costa.
Alicia Garcia, uma das investigadoras do Conselho Superior de Investigações Cientificas (CSIC) que está em El Hierro a acompanhar a actividade sísmica que se regista na zona desde Junho, explicou à Lusa, na segunda-feira, que os cidadãos em terra só veriam qualquer manifestação da erupção se houvesse novas bocas eruptivas no vulcão. Só se uma boca se abrir a menor profundidade, pelo menos 600 metros, seria possível ver em terra alguma explosão, explicou.
Desde Julho já foram registados em El Hierro mais de 9600 sismos, o mais forte dos quais, na noite de sábado passado, alcançou uma magnitude de 4,3 na escala de Richter.
Esta é a primeira erupção em Espanha desde 1971, quando ocorreu a erupção do vulcão Teneguia na ilha de La Palma, também no arquipélago das Canárias.