Na segunda-feira, um atentado na Arena de Manchester provocou, pelo menos, 22 mortos e 59 feridos. Após a explosão, às 22.30 horas, muitos foram os que agiram heroicamente para ajudar quem precisava.
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No atentado de Manchester, também houve heróis. Muitas foram as histórias a surgir nas redes sociais após a explosão de um engenho caseiro na Arena de Manchester, na segunda-feira à noite. Há quem tenha ficado para ajudar.
Chris Parker, o sem-abrigo que viu morrer uma mulher nos seus braços
O homem de 33 anos já era uma cara conhecida na área: o sem-abrigo costuma andar na zona da Arena a pedir moedas aos transeuntes. Na segunda-feira, o plano era novamente esse. O sem-abrigo estava na zona do "foyer" e, quando o explosivo foi detonado, o homem foi atirado para o chão. Mas Chris Parker não fugiu. Decidiu antes prestar auxílio às pessoas que fugiam em pânico.
O sem-abrigo socorreu uma menina com ferimentos graves nas pernas. Também prestou auxílio a uma mulher com cerca de 60 anos, que acabou por morrer nos seus braços. "Ainda não parei de chorar", explicou Chris Parker à imprensa internacional.
Desde o incidente, foi criada uma página de "crowdfunding" para ajudar o sem-abrigo. Já se angariaram mais de 31 mil euros com doações de mais de 2 mil pessoas. A mãe de Chris Parker entrou entretanto em contacto com imprensa local pois tinha perdido contacto com o filho há alguns anos.
Kelly Brewster, a tia que terá sido 'escudo humano' para a sobrinha
Kelly Brewster foi ao concerto de Ariana Grande com a irmã, Clarie, e com a sobrinha, Hollie Booth. Quando o explosivo detonou, a britânica de 32 anos ter-se-á posto em frente à sobrinha, como um escudo, protegendo-a da explosão.
A polícia anunciou ontem à noite que a mulher havia morrido. A sobrinha da britânica partiu as duas pernas, enquanto que a mãe partiu o maxilar, segundo publicação da avó de Hollie. Foi na publicação na rede social que foi relatado que Kelly Brewster terá protegido a sobrinha ao cobri-la com o seu corpo.
Saf Ismail, o taxista que levou jovens para a segurança
Esta terça-feira, o governante da cidade, Andy Burnham reconheceu o papel dos taxistas no socorro das vítimas. "Eles abriram as portas [dos seus táxis] a estranhos e levaram-nos para longe do perigo".
Exemplo disso foi Saf Ismail, um paquistanês muçulmano, que levou adolescentes no seu táxi. "Havia tanta gente a sair e o que me estava a atingir era a idade das pessoas", explicou o taxista à televisão "CBS".
"Foi como ver a minha filha ali. A minha filha tem 15 anos... E era para ter ido ao concerto", explicou Saf Ismail. "Acabou por mudar de ideias há uns meses porque é quase altura dos exames". O paquistanês fez três viagens e conseguiu encher a carrinha com 24 pessoas.
Stephen Jones, o sem-abrigo que ajudou as crianças
Stephen Jones, um sem-abrigo, estava a dormir perto da Arena na altura da explosão. Quando se apercebeu do sucedido não hesitou em ajudar. "Eles precisavam de ajuda. Eu gosto de pensar que alguém viria ajudar-me se eu precisasse", descreveu o homem à "ITV News".
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O homem de 35 anos teve de arrancar pregos dos braços das crianças e até do rosto de uma. "Eram muitas crianças todas cobertas de sangue a chorar e a gritar", descreveu.
O ato heróico de Stephen Jones chamou a atenção de um empresário e do seu filho, que decidiram arrendar uma casa por seis meses para o sem-abrigo. Foi também criada uma página de "crowdfunding" para angariar fundos para apoiar Stephen, que já ultrapassou os 20 mil euros.
Alison Howe e Lisa Lees, as mães que morreram quando estavam à espera das filhas
As duas mulheres tinham ido buscar as filhas e estavam à sua espera perto do foyer quando a bomba explodiu, relata o jornal local "Manchester Evening News".
Alison Howe, com 45 anos, e Lisa Lees, com 47, tinham sido dadas como desaparecidas, mas foram entretanto identificadas como vítimas mortais do atentado. Relatos indicam que as filhas, ambas com 15 anos, terão sobrevivido ao ataque.
O enteado de Alison Howe confirmou a sua morte através das redes sociais. "Eles roubaram-nos uma mãe e madrasta carinhosa". O irmão de Lisa Lees terá também confirmado o ocorrido, relata o jornal britânico.