Um pai e uma filha polacos tinham uma relação de incesto "voluntária", tendo alegadamente tido dois filhos, que mataram ainda recém-nascidos. O terceiro será fruto de uma relação do pai com outra filha, sendo que a criança sofreu o mesmo destino.
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Piotr Gierasik, de 54 anos, e a sua filha Paulina Gierasik, de 20 anos, foram detidos a 15 de setembro em Czerniki, na Polónia, em casa, depois de as autoridades terem descoberto os corpos de três recém-nascidos na cave.
Os cadáveres estavam embrulhados em sacos de plástico e encontravam-se em vários estados de decomposição. "Quanto a duas das crianças, são filhos do suspeito. Há dúvidas quanto à terceira criança, teremos de resolver esta questão", afimou a porta-voz do gabinete do procurador regional de Gdańsk, ao jornal polaco "Polsat News".
Paulina, 20 anos, trabalhava numa pastelaria local. Segundo a gerente da loja, Katarzyna Matyszczak, a jovem era uma trabalhadora esforçada. O pai costumava levá-la e ir buscá-la ao trabalho, mas "fora do trabalho, não tinha amigos. Ele (Piotr) certificava-se de que ela não tinha esse tipo de contacto", relata a gerente.
O jornal digital polaco "Fakt" relata que a mulher de Piotr morreu há cerca de 15 anos, tendo o marido ficado sozinho com 12 filhos. A maioria terá fugido de casa e, segundo os vizinhos, Piotr nunca terá trabalhado, “vivia dos filhos e da assistência social”.
Um dos vizinhos, em declarações ao "Polsat News", conta que o pai "gritava com as crianças, insultava-as de formas terríveis. Toda a aldeia viu. Que tipo de pai normal entra na floresta com a filha pela mão?".
Existem vários relatos de habitantes da aldeia sobre a relação de incesto que o pai e a filha mantinham há cerca de quatro anos, passeando de "mãos dadas" na rua. Paulina idolatrava o pai e este tratava-a como se fosse sua mulher. "Eram como um casal, ela tratava o pai pelo primeiro nome e andavam de mãos dadas", lê-se em declarações prestadas ao "Polsat News".
Piotr Gierasik foi acusado de cinco crimes: três de infanticídio e dois de incesto - com Paulina e uma outra filha, com quem terá tido um dos bebés que foi assasinado. "O homem terá coagido a filha a ter relações incestuosas, usando a sua autoridade parental", explicou o procurador Mariusz Duszyński ao jornal polaco "Fakt".
Já Paulina Gierasik foi acusada de incesto e de ter assassinado dois dos seus próprios filhos. A mãe do terceiro recém-nascido, de acordo com os investigadores, será sua irmã. Piotr será, portanto, avô e pai das três crianças encontradas mortas. No entanto, estão ainda previstos testes adicionais para confirmar a veracidade dos factos.
Paulina e Piotr foram detidos por decisão do tribunal, medida que se aplicará durante os próximos três meses. Podem ser condenados a prisão perpétua, confirmados os crimes.
"Tinha o diabo na pele". Vizinhos não denunciaram
Os habitantes da aldeia contam que já suspeitavam que algo não estava certo há bastante tempo, inclusive, ouviam gritos vindos da casa.
"Lembro-me que houve uma altura em que a polícia e os serviços sociais estiveram lá, mas o caso foi encerrado. Também ouvimos falar de uma criança nessa altura", conta um dos moradores ao "Fakt". No entanto, não foi encontrada nenhuma prova. A situação aconteceu há cerca de 10 anos, quando alguém notificou a polícia de que Piotr andava a ter relações sexuais com uma das filhas.
As suspeitas dos vizinhos continuaram, mas ninguém tomou iniciativa de denunciar o que estava à vista de todos. "Há alguns meses, ele rapou-lhe a cabeça para que outros rapazes não olhassem para dela", conta um dos habitantes. Embora o "casal" irradiasse felicidade - segundo os relatos dos vizinhos -, os moradores da aldeia sabiam que a relação não era adequada, mas tinham receio de os chamar à atenção, dado que Piotr era imprevisível. "Aparentemente calmo, mas tinha o diabo na pele", contam.
Quem levou à descoberta dos cadáveres foram alguns dos colegas de trabalho de Paulina, que observaram que a jovem, durante o estágio na pastelaria, estava grávida. Uns dias depois, quando regressou, a barriga tinha desaparecido. Quando lhe perguntaram o que era feito do bebé, a jovem de 20 anos negou ter estado grávida. As colegas acabaram por chamar os serviços sociais, por acharem a situação suspeita.
"Todas nós adivinhámos que ela estava grávida, acho que ela tinha atado cintos à volta de si própria como uma espécie de corpete”, contaram as colegas, citadas pelo jornal polaco "Super Express". Quando Paulina voltou ao serviço, "estava muito mais magra, mais fraca e constantemente cansada". Embora a jovem tenha negado a gravidez, um dos colegas viu mensagens no telemóvel da jovem sobre o bebé que, na altura, ainda estava vivo.
Os procuradores aguardam agora a realização e resultados das autópsias dos três bebés, que deverão demorar várias semanas, enquanto as autoridades polacas continuam a fazer buscas na propriedade para recolher mais provas.