Um tribunal italiano condenou a três meses de prisão, com pena suspensa, os pais de um menino de 7 anos, que morreu na sequência de uma otite, por terem recusado tratá-lo com antibióticos.
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Francesco Bonifazi, de 7 anos, tinha uma otite que se agravou, tendo a inflamação do ouvido passado para o sistema nervoso e atingido o cérebro causado a sua morte, a 27 de março de 2017. O caso aconteceu em Cagli, na província de Pésaro, no centro de Itália.
Os pais decidiram não cumprir o tratamento prescrito pelos médicos e recorreram a um homeopata - preocupados por o filho estar a ser frequentemente submetido a tratamentos com antibióticos e sem qualquer posição "fundamentalista" contra a medicina tradicional. E porque no passado outros tratamentos homeopáticos tinham sido benéficos para o filho.
O homeopata que o tratou, Massimiliano Mecozzi, receitou tratamentos homeopáticos e não os advertiu para os riscos que o menor corria em caso de não se conseguir curar a otite, segundo explicou a ordem dos médicos local, quando decidiu suspender preventivamente o profissional de saúde de exercer a atividade.
O menino acabou por morrer no hospital umas semanas mais tarde devido a complicações que surgiram causadas pela inflamação no ouvido, que atingiu o cérebro causando-lhe uma encefalite.
Os pais anunciaram que vão recorrer da sentença, de três meses de prisão com pena suspensa, decretada por um tribunal de Ancona. "Há amargura, mas ainda acreditamos na justiça", disse o avô materno de Francesco ao jornal italiano "Corriere Della Sera".
Massimiliano Mecozzi foi acusado de homicídio involuntário por ter atuado com "negligência" e violar os protocolos que estabelecem um "limite": se em cinco dias uma terapia se revela ineficaz, deve-se administrar o tratamento convencional. O julgamento do homeopata está previsto começar em 24 de setembro.