Os serviços de segurança palestinianos vão deixar de partilhar informações com a Agência Central de Informação (CIA) norte-americana em protesto contra uma eventual anexação por Israel de partes da Cisjordânia.
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"A Agência Central de Informação norte-americana foi notificada há 48 horas que o acordo com ela já não está em vigor", declarou o principal negociador dos palestinianos, Saeb Erakat, numa videoconferência com alguns jornalistas.
"Acabou-se a cooperação securitária com os Estados Unidos, acabou-se a cooperação securitária com Israel", adiantou o alto responsável palestiniano.
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A Autoridade Palestiniana, dirigida por Mahmud Abbas, suspendeu os contactos com a administração do presidente norte-americano Donald Trump em 2017, quando este reconheceu Jerusalém como capital de Israel. Mas algumas relações não políticas mantiveram-se, como a coordenação entre os serviços secretos palestinianos e a CIA.
Segundo analistas, a cooperação dizia respeito a grupos armados palestinianos, como o Hamas, ou a combatentes locais suscetíveis de ligações a grupos jiadistas como o Estado Islâmico.
Questionado pelos jornalistas, Erakat não deu pormenores sobre o impacto concreto de uma rutura da relação securitária entre a Autoridade Palestiniana e os Estados Unidos.
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Contactada pela agência France Presse, a embaixada norte-americana em Jerusalém recusou comentar as declarações de Erakat, que se seguem às de Abbas, na terça-feira, ameaçando acabar com a cooperação securitária com Israel.
Os palestinianos chamam assim a atenção para o plano da administração Trump que prevê a anexação por Israel do vale do Jordão (terras agrícolas que representam 30% da Cisjordânia) e dos colonatos no território palestiniano.
O novo Governo israelita, que tomou posse no domingo, deve pronunciar-se a partir de 1 de julho sobre a aplicação do plano para resolver o conflito israelo-palestiniano, que Donald Trump apresentou em janeiro.