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O Papa aprovou esta quinta-feira novas medidas de prevenção e luta contra o branqueamento de capitais, financiamento do terrorismo e proliferação de armas de destruição maciça.
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Francisco reforçou, através de um decreto papal ("motu proprio"), as funções da Autoridade de Informação Financeira (AIF), criada em 2010 pelo antecessor Bento XVI, encarregando-a de avaliar e aprovar todos os serviços de natureza financeira concluídos pelas diferentes instituições dependentes do Vaticano.
Várias medidas foram adotadas: as leis que se aplicam no Estado do Vaticano são alargadas aos ministérios, organismos e instituições dependentes da Santa Sé, e às organizações com fins não-lucrativos (por exemplo a Caritas) que estão relacionadas com o Vaticano.
À AIF foi atribuída uma nova função de avaliação e aprovação de todos os organismos que "realizem atividades de natureza financeira, em resposta a uma recomendação da comissão Moneyval, do Conselho da Europa", acrescenta o comunicado.
Este "motu proprio", em pleno mês de agosto, mostra a mobilização do Papa Francisco em defesa da transparência no Vaticano.
Este decreto papal representa "a continuidade e uma ligeira extensão" em relação ao "motu proprio", de 30 de dezembro de 2010, do Papa Bento XVI, explicou aos jornalistas o porta-voz do Vaticano, padre Federico Lombardi.
"É um instrumento que dá (aos parceiros internacionais como a Moneyval) a garantia de que o caminho escolhido vai adiante. No mundo atual, trata-se de resistir a formas, cada vez mais insidiosas, de criminalidade financeira. E nós devemos estar à altura destes desafios para proteção da legalidade, não podemos ficar para trás", sublinhou.
Estas medidas, agora divulgadas, juntam-se à criação, em abril, de um grupo de oito cardeais para aconselhar o papa no governo da Igreja e estudar um projeto de revisão da Cúria Romana, e à constituição da comissão de investigação, em junho, para reformar o banco do Vaticano.
