O Papa Francisco pediu, este domingo, para "intensificar as orações pela Ucrânia, que está a sofrer muito", num apelo no final da oração do Ângelus na Praça de São Pedro, na Cidade do Vaticano. Sobre o sismo em Marrocos, Papa pediu ainda "que a ajuda concreta de todos possa apoiar a população neste momento trágico".
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Após falar da família polaca que hoje será beatificada depois de ter sido assassinada pelos nazis por ter escondido alguns judeus, Francisco defendeu que se deve "opor a força das armas à da caridade, a retórica da violência à tenacidade da oração". "Façamo-lo por tantos países que sofrem com a guerra, intensifiquemos a nossa oração pela martirizada Ucrânia, que sofre tanto, tanto", apelou o líder da Igreja Católica.
Desde o início da invasão militar da Rússia em território ucraniano, em fevereiro de 2022, o Papa Francisco repetiu, várias vezes, o pedido de orações pela Ucrânia, tanto nas audiências gerais como no Ângelus dominical.
No entanto, algumas das suas palavras, como a exaltação da cultura russa, causaram desconforto na Ucrânia.
Em agosto, num discurso dirigido a jovens católicos russos, Francisco enalteceu a herança da "Grande Mãe Rússia". "Nunca esqueçais essa grande herança. Vós sois os herdeiros da grande mãe Rússia, segui em frente com ela", afirmou na ocasião.
Dias depois, em 4 de setembro, a bordo do avião papal e no regresso a Roma após uma visita à Mongólia, Francisco justificou que não elogiou o imperialismo russo, mas exortou "a conservar a herança" e "a transmissão da cultura russa".
Apesar dessa explicação, em 8 de setembro, Mykhailo Podoliak, principal conselheiro do gabinete do presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, afirmou que Francisco "já não pode desempenhar um papel de mediador na guerra entre a Ucrânia e a Rússia depois de reivindicar o legado do império russo". "Não faz sentido falar do Papa como mediador se este adota uma posição pró-Rússia, como é totalmente óbvio para todos", disse Podoliak, numa entrevista.
A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro de 2022 por Moscovo no território ucraniano - justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.
Papa pede "ajuda concreta"
O Papa Francisco manifestou a sua proximidade ao "querido povo de Marrocos, atingido por um terramoto devastador", e pediu "que a ajuda concreta de todos possa apoiar a população neste momento trágico".
O líder da Igreja Católica afirmou que reza "pelos feridos e por aqueles que perderam a vida, muitos [...], e pelas suas famílias" e agradeceu "aos socorristas e àqueles que trabalham para aliviar o sofrimento das pessoas". "Estamos próximos do povo de Marrocos", acrescentou.
No sábado, o Papa Francisco enviou um telegrama à igreja local no qual garantiu "as suas orações face a esta catástrofe natural", mostrou-se "entristecido por este acontecimento" e expressou "profunda solidariedade com aqueles que estão tocados na carne e no coração por esta tragédia".