O Papa Francisco manifestou na ONU o seu apoio ao histórico acordo nuclear entre o Irão e as grandes potências sobre o seu programa nuclear, ao defender a abolição global de armas nucleares.
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Ao discursar na sede das Nações Unidas, em Nova Iorque, durante a sua primeira visita de sempre aos Estados Unidos, o Papa argentino classificou o acordo com o Irão como "prova do potencial da boa vontade política e do direito, exercidos com sinceridade, paciência e constância".
"Faço votos de que este acordo seja duradouro e eficaz e que dê os frutos desejados, com a colaboração de todas as partes envolvidas", disse o Papa, sem nomear o Irão.
A partir da tribuna da ONU, Francisco instou também à aprovação de "acordos fundamentais" na próxima conferência de Paris sobre o clima e condenou a "cultura do desperdício" e as guerras, incluindo aquela, silenciosa, do narcotráfico.
"[É preciso que] a conferência de Paris sobre as alterações climáticas obtenha acordos fundamentais e eficazes", sublinhou o papa, insistindo nas prioridades para a salvaguarda da "casa comum" que tinha apresentado na sua encíclica "Laudato si" ("Louvado sejas").
Jorge Bergoglio, o quarto Papa a ir à ONU, considera que "existe um verdadeiro direito do ambiente" que deve ser reconhecido, tendo afirmado que "cada dano causado ao ambiente é um dano para a humanidade" e que "a crise ecológica pode pôr em perigo a própria existência da humanidade".
O chefe da Igreja Católica desejou igualmente o "êxito da Agenda 2030 para o desenvolvimento durável", por ocasião da cimeira da ONU que hoje começa.
Condenando "a guerra assumida e debilmente combatida" do tráfico de droga, Francisco salientou que se trata de "um conflito que, em silêncio, provoca a morte de milhões de pessoas".
"O narcotráfico é acompanhado de tráfico de pessoas, branqueamento de capitais, tráfico de armas, exploração de crianças e outras formas de corrupção - uma corrupção que se infiltrou nos diversos níveis da vida social, política, militar, artística e religiosa, gerando, em muitos casos, uma estrutura paralela que põe em perigo a credibilidade das nossas instituições", denunciou.