O Papa Francisco telefonou, na terça-feira, ao presidente eleito da Argentina Javier Milei, que oficializou o convite para o sumo pontífice visitar o seu país natal em 2024, de acordo com o partido do ultraliberal, La Libertad Avanza.
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A conversa com o líder da Igreja Católica foi um dos momentos mais esperados desde que o ultraliberal conquistou as eleições, depois de críticas de ambos os lados e de declarações de um dos dirigentes mais proeminentes do partido vencedor, que pediu para "romper relações" com o Vaticano.
Segundo fontes próximas de Milei, citadas pelos órgãos de comunicação argentinos, a conversa telefónica foi "agradável e muito boa".
Neste diálogo, o economista ultraliberal reafirmou o convite ao pontífice para visitar a Argentina em 2024, país ao qual não regressou desde que foi proclamado Papa (2013).
O sumo pontífice prometeu enviar-lhe um terço para que o acompanhe no seu próximo desafio como presidente da Argentina.
De acordo com os meios de comunicação social argentinos, a grande promotora deste diálogo foi Diana Mondino, referência em política externa de La Libertad Avanza, que considerou um grande erro as declarações de Alberto Benegas Lynch, uma das figuras marcantes da formação, para romper relações com o Vaticano.
Milei estava a meio de uma entrevista para posterior transmissão e interrompeu este compromisso para conversar durante cinco minutos com Francisco.
O presidente eleito pediu desculpas repetidas vezes por ter dito sobre o Papa, no passado, que o sumo pontífice é o "representante do mal na Terra", e observou durante a campanha que, se Francisco viajasse para a Argentina, seria recebido com "as honras" de chefe de Estado.
Javier Milei, do partido La Libertad Avanza, ganhou no domingo com 55,69% (14,5 milhões de votos) dos votos contra 44,30% (11,5 milhões de votos) obtidos pelo ministro da Economia, Sergio Tomás Massa, após 76% de participação eleitoral.
A tomada de posse de Milei como presidente da Argentina durante os próximos quatro anos está prevista para 10 de dezembro, sucedendo ao peronista Alberto Fernández.