O primeiro-ministro da Grécia, o socialista George Papandreou, disse, este sábado, após a reunião com o Presidente da República, Carolus Papulias, que vai avançar com "contactos muito em breve" para formar "um Governo de cooperação".
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"Vim para discutir a minha intenção de contribuir significativamente para a criação de um Governo de cooperação. Para isso, haverá, em breve, os contactos e os encontros necessários", disse Papandreou à saída do encontro, em Atenas, com o chefe de Estado grego.
Antes, à entrada para a reunião, o primeiro-ministro grego já tinha afirmado que se vai empenhar ao máximo na formação de um Governo de unidade nacional para demonstrar a vontade da Grécia em permanecer na zona euro.
"Farei o meu melhor para formar um Governo de cooperação. A falta de um consenso pode preocupar os nosso parceiros europeus sobre a nossa vontade de permanecer no euro. Não estou colado à cadeira e vou fazer todos os esforços necessários para garantir que o país não vai para a aventura das eleições", sublinhou.
Georges Papandreou sobreviveu à moção de confiança que, na noite de sexta-feira, submeteu a votos no Parlamento. O chefe do Governo recebeu 153 votos a favor e 144 contra à proposta de formação de uma coligação de unidade nacional.
Recorde-se que Papandreou (cujo partido, o PASOK, detém 152 lugares do Parlamento) precisava, no mínimo, do voto positivo de 151 dos 300 deputados. Apesar de ter passado no teste, Papandreou continua a não ser uma figura consensual para permanecer à frente dos destinos do país numa altura de grande instabilidade política e financeira.
Após a votação de ontem, a Oposição e alguns dos seus ministros, nomeadamente o da Economia, continuaram a exigir a realização de eleições antecipadas. Ou a 4 de Dezembro (data prevista inicialmente para o referendo ao plano de resgate financeiro) ou em Fevereiro. Contudo, o primeiro-ministro continua a considerar que a realização de eleições antecipadas, nesta altura, seria uma "catástrofe" e acrescentou que não está preocupado com o seu "futuro político".
Recorde-se que a sexta tranche de apoio financeiro, de oito mil milhões de euros, continua congelada e que a Grécia só tem dinheiro até 15 de Dezembro.
Enquanto decorria o debate parlamentar, centenas de pessoas concentraram-se junto ao edifício à espera do veredicto final, vigiados por dezenas de polícias.